Por autocontrole e concentração, policiais meditam em mosteiro zen no ES

Com meditação, cerimônia do chá e caminhada pela trilha em meio à natureza, um grupo de policiais civis teve uma rotina diferente em um mosteiro próximo à capital capixaba

Pesquisas recentes apontam o Espírito Santo como o segundo Estado com maior número de mortes por arma de fogo no país. E a princípio, o primeiro passo para tentar transformar essa realidade crivada à bala, sangue e lágrima foi a meditação.

Com meditação, cerimônia do chá e caminhada pela trilha em meio à natureza, um grupo de policiais civis teve uma rotina diferente no Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu (a 70 km de Vitória).

A vivência, que contou 27 investigadores e 24 delegados, teve como objetivo aprender a servir, manter o autocontrole, concentração e, sobretudo, ampliar a formação humanista dos agentes.

Projeto tem como objetivo amenizar tensão do dia a dia dos policiais no Espírito Santo

Apesar da proposta construtiva do projeto, a meditação policial ainda divide opiniões entre a própria corporação. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira, 21 de maio, o diretor da Acadepol, Heli Schmittel, acredita que a meditação pode ajudar a lidar com as tensões típicas do trabalho.

Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, Jorge Emílio Leal, ressalta que há outras prioridades à frente da meditação, como, por exemplo, o treinamento para dirigir veículos de emergência. 

Durante surto psicótico, policial militar mata motoboy na Grande SP

Recentemente, um relatório internacional diagnosticou São Paulo como a cidade com maior índice de perturbações mentais do mundo.

E na última quarta-feira, 20 de maio, um episódio envolvendo um policial militar apenas reforça a infame vocação. Preso em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, o soldado Elton da Silva Mares foi detido claramente transtornado após atirar contra um grupo de motoboys e matar um deles em um supermercado na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.

Fora do seu turno , o policial à paisana desceu do seu carro e, sem nenhuma razão, abriu fogo contra um grupo de seis motoboys que conversavam próximo ao mercado. Na hora dos disparos, o grupo tentou fugir, mas um deles, o motoboy André de Souza Fernandes, de 37 anos, foi baleado. Não resistiu e morreu no hospital, deixando a mulher a dois filhos .

Recentemente, Mares havia procurado ajuda psicológica junto ao seu batalhão, alegando estar “estressado” por trabalhar durante à noite e não conseguir dormir no período diurno.