Por conta de restrições da pandemia, mulher precisou abortar sozinha
O casal, que tinha tentado seis vezes a fertilização in vitro, não pôde ficar junto na hora da operação
Emma Kemsley, uma cidadã inglesa, passou por uma situação desesperadora. Além de lidar com dor da perda de seu bebê, a mulher teve que realizar o processo de abortar sozinha em decorrência das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus.
Na ocasião, James, marido da paciente, não foi autorizado a acompanhar os exames e nem a operação abortiva.
“Fiquei completamente sozinha e meu marido James, no estacionamento. Tive que dar a notícia a ele (após exames, de que um aborto seria necessário) pelo telefone”, contou Emma.
Ela foi avisada que seria necessário a interrupção da gravidez quando estava com 20 semanas, mas encontrou dificuldades em encontrar uma clínica para realizá-lo. Pelo fato de ter endometriose e a gestão estar num estágio mais avançado, a sua situação era muito complicada.
“O hospital basicamente lavou as mãos sobre mim. Eles foram ‘cirúrgicos’ na linguagem e me disseram para resolver o problema sozinha”, disse mulher a que fez exames no Hospital Addenbrooke, em Cambridge.
Após reclamações, ela finalmente conseguiu achar um local especializado onde ela poderia fazer a operação.
“James queria muito estar perto para me apoiar, mas foi forçado a ficar sentar no estacionamento novamente”, relata. “Era o bebê dele também, ele merecia estar lá”, complementou.
Gestação muito desejada
Após seis tentativas de fertilização in vitro, o casal conseguiu engravidar. Quando estava em 12 semanas, o bebê aparentava estar saudável.
Em uma outra rodada de exames com 18 semanas, os médicos alertaram Emma de que o bebê estava com o bexiga bloqueada, com seus pulmões e rins mal desenvolvidos.
Foi constatado pela ultrassonografia que o bebê tinha poucas chances de sobreviver fora do útero da mãe e assim encaminharam ela para um clínica de aborto.
James Kemsley, coach de desenvolvimento pessoal, dialoga com outros homens que passaram por experiências parecidas.
“Ninguém deveria ser obrigado a ouvir sobre a perda de seu filho pelo viva-voz. Eu deveria ter estado ao lado de minha esposa, apoiando-a em todas as partes do processo”, afirma.