“Por que o sr. atirou em mim?”: campanha pede fim da violência policial nas periferias

13/11/2013 12:35 / Atualizado em 04/05/2020 13:57

Para lembrar a morte de Douglas Rodrigues, 17, que foi assassinado durante uma abordagem da Polícia Militar no dia 27 de outubro, na Vila Medeiros, zona norte de São Paulo, artistas e ativistas lançaram um vídeo reproduzindo a frase dita pelo jovem antes de morrer: “Por que o sr. Atirou em mim?”.

Douglas, 17, era estudante e trabalhava em uma lanchonete. Seu irmão, de apenas 13, estava com ele no momento do assassinato
Douglas, 17, era estudante e trabalhava em uma lanchonete. Seu irmão, de apenas 13, estava com ele no momento do assassinato

O PM Luciano Pinheiro Bispo foi preso por homicídio culposo (sem intenção de matar) e teve liberdade provisório concedida pela Justiça Militar.

Para mostrar que o caso não é isolado, os artistas e ativistas também perguntam no vídeo “Por que vocês atiram em nós” e convocam um um ato para quarta-feira, 13, às 18h, na EE Professor Victor dos Santos Cunha (Rua João Simão de Castro, 280 na Vila Sabrina/Zona Norte), denunciando a violência policial e o genocídio da juventude pobre e negra. 17 entidades assinam o manifesto da campanha.

Segundo manifesto do grupo, a violência da Polícia Militar “tem cor e endereço, assim como Douglas, são jovens negros e de periferias”. Em 2012, 1890 pessoas morreram decorrentes de violência policial no Brasil – uma média de cinco pessoas por dia.

Nos EUA, com uma população 60% maior que a brasileira, 410 pessoas foram mortas pela polícia.

Amarildo

A ossada de Amarildo ainda não foi encontrada
A ossada de Amarildo ainda não foi encontrada

Além da morte de Douglas, outro caso tornou-se símbolo da violência policial no Brasil. No dia 14 de junho, o ajudante de pedreiro desapareceu após uma abordagem policial na favela da Rocinha. Ele foi conduzido para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora e posteriormente levado em uma viatura.

Antes de ser morto, Amarildo foi submetido à sessões de tortura. 25 policiais militares foram acusados pelo crime, incluído o major Edson Santos, então comandante da UPP.

O caso ainda foi marcado por depoimentos combinados e provas falsas que acusavam Amarildo de ser traficante.