Por que os gatos são tão maltratados no Catar?

Assunto veio à tona após o tratamento dado a um gato pelo assessor da CBF durante uma coletiva de imprensa da seleção brasileira no país da Copa

Em meio à repercussão da polêmica envolvendo o gato arremessado pelo assessor da CBF na coletiva de imprensa da última quarta-feira, 7, inúmeras reflexões sobre o assunto ganharam destaque nas redes sociais.

Uma delas diz respeito à relação do povo catari com os felinos. Relação, inclusive, bastante problemática, já que o abandono de animais no país não é crime e, justamente por isso, não raramente são deixados pelos donos quando ficam doentes.

Gatos são muito maltratados no Catar
Créditos: Oleg Elkov / iStock
Gatos são muito maltratados no Catar

Situação que explica por que os gatos são facilmente encontrados pelas ruas da capital do Catar, Doha. Em entrevista ao UOL, os veterinários brasileiros Luciane Petry e Tiago Farias, que também resgatam gatos de rua, explicaram que a questão do abandono dos gatos está diretamente ligada à condição econômica da população, que muitas vezes não tem condições de arcar com os custos dos  tratamentos:

“Semana passada, um homem veio com um gatinho de raça que estava doente. Dissemos que ficaria mil rials (cerca de R$ 1.400) para tratar, e ele disse que, então, ia jogar na rua. E não é crime”, conta Luciane.

Entre os atendimentos mais comuns destacam-se problemas como patas queimadas e infecções oculares causados pelo calor na região, que no verão chega facilmente a 45ºC. Além disso, a veterinária revelou que é o mau trato a gatos é bastante comum no país, uma vez que apenas camelos, cavalos e falcoes são animais valorizados pela cultura local. “A relação é muito diferente”.

População de gatos é quase igual à de humanos no Catar

Andar pelas ruas do Catar é trombar com gatos. A população dos bichanos no país é quase igual à de humanos. A população catari é de 2,931 milhões, e estima-se que a de gatos fique entre 2 e 3 milhões, de acordo com estudo publicado em 2016 pela Universidade Hamad Bin Khalifa.