Prédio não tinha segurança contra incêndio, aponta relatório

O documento foi obtido com exclusividade pela TV Globo

02/05/2018 16:25

Prédio de 24 andares desaba após incêndio no Largo do Paissandu, em São Paulo
Prédio de 24 andares desaba após incêndio no Largo do Paissandu, em São Paulo - Paulo Pinto

Um relatório da Prefeitura de São Paulo, obtido com exclusividade pela TV Globo, mostrou que o prédio que desabou no Largo do Paissandu, centro da cidade, não tinha condições mínimas de segurança contra incêndio. O documento foi finalizado pela Secretaria Municipal de Licenciamento em 26 de janeiro de 2017.

prédio de 26 andares ardeu em chamas e desmoronou na madrugada desta terça-feira, 1º de maio. O edifício, que era uma antiga sede da Polícia Federal, estava ocupado por 372 pessoas e 146 famílias, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

O relatório indicou as seguintes falhas: ausência de extintores, mangueiras, luzes de emergências, sistema de alarme e corrimões nas escadas; sistema de hidrantes inoperante; instalações elétricas irregulares: fios sem isolamento adequado e expostos, além entrada de energia improvisada; elevadores inoperantes e fechados por tapumes. Já as instalações do sistema de para-raios não puderam ser avaliadas, pois o acesso estava bloqueado.

Bombeiros trabalham nos escombros do edificio que desabou no centro
Bombeiros trabalham nos escombros do edificio que desabou no centro

Em outro documento de março deste ano, o Ministério Público recomendou o arquivamento do relatório e informou que a Defesa Civil vistoriou o imóvel, sem encontrar riscos estruturais. No entanto, declarou que a instalação elétrica estava em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio.

Os bombeiros também vistoriaram o prédio e encontraram problemas nas instalações elétricas, além de muito lixo espalhado pelos andares e no fosso dos elevadores.

O boletim de ocorrência aberto nesta quarta-feira, dia 2, tem apenas o depoimentos dos policiais militares que ajudaram a combater o incêndio. A suspeita é que tenha sido um acidente doméstico, mas a investigação vai ouvir as pessoas que estavam no local.

A coleta de vestígios pelos peritos da Polícia Técnico-Científica vai começar depois que os bombeiros liberarem o local. Isso só deve ocorrer quando houver a certeza de que não há vítimas embaixo da montanha de entulho.

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