Prefeito de cidade do RS é investigado por suspeita de assédio
Duas funcionárias da Prefeitura de Não-Me-Toque, cidade localizada no norte do Rio Grande do Sul, denunciaram o prefeito Armando Carlos Roos (PP) por assédio sexual. Uma das vítimas chegou a gravar uma conversa com o mandatário, onde ele a convida para ir a seu apartamento.
Em fala com a imprensa, o delegado Gerri Adriani Mendes disse que, como o prefeito tem direito a foro privilegiado, as sequências das investigações dependem do aval do Tribunal de Justiça. A primeira denúncia contra o líder do executivo municipal foi feita em 2017.
“Nós remetemos todos os documentos ao Tribunal de Justiça para que ele autorizasse a apuração desse crime. Cerca de um mês depois, a gente recebeu um ofício do Ministério Público solicitando algumas diligências em relação ao primeiro caso de assédio. Que fossem ouvidas testemunhas e apontadas outras vítimas, caso tivesse, já que a própria vítima que registrou disse que tinha conhecimento que outras pessoas poderiam testemunhar ou apresentar outros casos”, relatou o delegado, segundo informações do G1.
A primeira denúncia de assédio sexual contra Armando Carlos foi registrada em 2017 e, no decorrer das investigações, Gerri disse que uma outra mulher trouxe documentos que comprovam o comportamento impróprio do prefeito.
“Ela [a outra vítima] trouxe vários documentos, que mostravam as tratativas de assédio, incluindo o vídeo que teria sido gravado um ano atrás, quando ocorreu a contratação dela. Neste vídeo, se pode perceber pelos diálogos, que havia algum condicionamento na contratação dela”, explica.
O vídeo foi gravado de forma escondida pela servidora, e se tornou de conhecimento público entre os habitantes de Não-Me-Toque desde a última segunda-feira, 02.
Em nota, o prefeito declarou que “ainda não foi citado da ação penal referente ao fato noticiado, tendo sido surpreendido através das redes sociais com a divulgação de documentos referentes ao inquérito policial”. Ainda, ele alega que “está tomando as providências cabíveis quanto a responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal”.
Ainda segundo o G1, a autora do vídeo, que tinha cargo em comissão na prefeitura, foi desligada do órgão público e não presta mais serviços. A outra é concursada, e não teve a identidade divulgada para manter-se preservada.
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