Presidente da Cedae diz que água do Rio está dentro dos padrões

De acordo com levantamento feito pelo jornal O Globo, o número de bairros atingidos pelo problema de abastecimento na capital subiu para 69

15/01/2020 16:12

Moradora mostra cor da água da torneira de sua casa no Rio de Janeiro
Moradora mostra cor da água da torneira de sua casa no Rio de Janeiro - Reprodução / Twitter @Cecillia

Há 12 dias, moradores do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense começaram a relatar que a água fornecida pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que vem do reservatório da companhia, no Guandu, estava com uma coloração turva e com sabor e odor diferentes.

De acordo com levantamento feito pelo jornal O Globo, o número de bairros atingidos pelo problema de abastecimento na capital subiu para 69, além de seis cidades da Baixada.

O presidente da Cedae, Hélio Cabral, falou com a imprensa pela primeira vez nesta quarta-feira, 15, e se desculpou pela crise de abastecimento. Ele informou que a água está dentro dos padrões de qualidade do Ministério da Saúde, mesmo com a alteração na cor, cheiro e sabor.

Cabral declarou que a situação deve ser normalizada até a próxima semana, quando a companhia começará a usar o carvão ativado comprado. O objetivo do investimento é, de acordo com ele, prevenir que o problema volte a acontecer. Com a reserva de carvão ativado, a água não terá mais gosto de terra.

A geosmina não estará mais presente na água do Rio Guandu em aproximadamente 24 horas após a instalação. No entanto, a cor do líquido deve continuar turva, pois a geosmina altera apenas o sabor e o cheiro. Ainda não há um prazo para que a água que sai da torneira das casas do Rio volte a ser transparente e inodora, uma vez que isso dependerá da limpeza da caixa d’água.

Witzel se pronuncia

O governador do Rio, Wilson Witzel, disse nesta terça-feira, 14, pelo Twitter, que determinou uma “apuração rigorosa tanto da qualidade da água quanto dos processos de gestão” da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Cedae). Para o governador, são “inadmissíveis os transtornos que a população vem sofrendo por causa do problema na água” fornecida pela companhia. As informações são do repórter Douglas Corrêa, da Agência Brasil.

Witzel afirmou, também pelas redes sociais, que a empresa deve acelerar uma solução definitiva para aprimorar a qualidade da água e do tratamento de esgoto das cidades próximas aos mananciais. “O consumidor não pode ser prejudicado.”

O governador está passando férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos, desde o final do ano e somente hoje, dia do seu retorno ao Rio, se manifestou por meio da rede social.

Desde o início do problema, a água mineral praticamente desapareceu das prateleiras dos supermercados do Rio, com a corrida dos moradores da cidade ao produto.

Na terça-feira passada, 7, a Cedae, por meio de nota, informou que técnicos da companhia detectaram a presença da substância geosmina em amostras de água. Segundo o texto, a geosmina é uma substância orgânica produzida por algas e que não representa risco à saúde dos consumidores, portanto, a água fornecida pode ser consumida pela população.

Na nota, a companhia informou que a substância altera o gosto e o cheiro da água. “O fenômeno natural e raro de aumento de algas em mananciais, em função de variações de temperatura, luminosidade e índice pluviométrico, causa o aumento da presença deste composto orgânico, levando a água a apresentar gosto e cheiro de terra. Casos semelhantes ocorreram no Rio de Janeiro 18 anos atrás; em São Paulo, em 2008, e em municípios dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Sul em 2018, por exemplo”, diz o comunicado.