Processo contra Edir Macedo, pronto para ser julgado, prescreve
Agora, líder da Universal e dono da Record não pode mais ser punido
O bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da Rede Record, foi beneficiado pela lentidão da Justiça. Um processo criminal que o investigava e estava pronto para ir a julgamento completou em setembro oito anos sem receber uma sentença, o que o levou à prescrição.
Agora se esgotou o prazo legal para que possíveis penas pudessem ser aplicadas ao bispo. As informações são de Flávio Ferreira, da “Folha”.
Edir Macedo, 74, foi denunciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, associação criminosa e falsidade ideológica. Por ter mais de 70 anos, o bispo foi beneficiado por uma regra do Código Penal que diz que a contagem da prescrição de crimes para acusado com mais de 70 anos deve ser reduzida à metade _ lavagem de dinheiro tem o prazo de 16 anos para a prescrição, o que cai para 8 anos, no caso dele. Os demais crimes pelos quais ele era investigado prescreveram há mais tempo.
- Igor Rickli repudia falas homofóbicas do ex-patrão Edir Macedo
- Em especial de Natal da Record, Edir Macedo dá show de homofobia
- Por que o neto de Edir Macedo foi expulso de casa e foi morar na rua?
- Após campanha pró-Bolsonaro, Edir Macedo diz para fiéis ‘perdoarem’ Lula
Multa de R$ 98 milhões é aplicada a Edir Macedo, dono da Record, por sonegação
O processo corre na 2ª Vara Criminal Federal em São Paulo e estava pronto para receber sentença da juíza Silvia Maria Rocha desde 2018.
À “Folha” o procurador responsável pelo processo, Silvio Luís de Oliveira, afirmou que, quando ocorrer o julgamento, caso haja condenações, outros envolvidos na causa e que tiverem menos de 70 anos poderão ter penas determinadas. No caso, o ex-bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição e a executiva Alba Maria Silva da Costa.
A Igreja Universal do Reino de Deus afirmou, em nota, que as acusações “são completamente equivocadas, além de quase idênticas a outras que deram origem a processos e inquéritos já julgados e arquivados”.
A juíza disse considerar que o processo teve “problemas graves” desde o início e que s acusações “principalmente contra Edir Macedo, restou substancialmente desidratada, desfigurada. Por uma série de razões jurídicas que não me cabe, e que estou impedida de discutir no momento, a acusação perdeu o ‘grosso’ da importância”.