Procurador que reclamou do ‘miserê’ de seu salário recebe R$ 124 mil

Em agosto, de licença médica, o procurador Leonardo Azeredo dos Santos ganhou R$ 76,7 mil

O procurador de Justiça Leonardo Azeredo dos Santos — que queixou-se do “miserê” de salário de R$ 24 mil mensais– recebeu nos meses de agosto e setembro R$ 124.029,85. A informação é do Estadão.

Em agosto, o procurador do Ministério Público de Minas Gerais teve um áudio vazando reclamando do seu salário durante sessão extraordinária da Câmara de Procuradores para discutir a proposta orçamentária para 2020.

O procurador Leonardo Azeredo dos Santos chamou de “miserê” o salário de R$ 24 mil que recebe do MP-MG
Créditos: Reprodução/Redes Sociais
O procurador Leonardo Azeredo dos Santos chamou de “miserê” o salário de R$ 24 mil que recebe do MP-MG

O caso gerou grande repercussão, que Leonardo Azeredo tirou licença médica.

De acordo com a reportagem do Estadão, o procurador recebeu em julho R$ 65.152,99, mantendo a média de R$ 68 mil líquidos recebidos pelo procurador mês a mês, desde janeiro.

No mês seguinte os vencimentos do procurador foram de R$ 76.794,29, valor que inclui salario, indenizações e remunerações retroativas/temporárias,

Já em setembro, o holerite do procurador se manteve nos R$ 35.462,22, mas com os complementos, foi a R$ 47.235,56.

Entenda o caso

O áudio com a indignação do procurador veio à público na última segunda-feira, 9. Na conversa, o procurador diz que salário de R$ 24 mil é ‘miserê’. A declaração foi dada numa reunião para discussão da proposta orçamentária do Ministério Público de Minas Gerais para 2020, realizada em agosto.

“Estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou gastando R$ 8 mil. Pra poder viver com os R$ 24 mil. Eu e vários outros já estamos vivendo à base de comprimido, à base de antidepressivo. Estou falando assim com dois comprimidos de sertralina por dia, e ainda estou falando deste jeito. Se não tomasse, ia ser pior do que Ronaldinho”, afirmou Santos em tom exaltado.

Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais informou ao portal G1 que não há nenhum projeto em andamento sobre adoção de benefícios pecuniários para a carreira de procuradores e promotores de Justiça, nem de servidores, em função da grave crise financeira do estado.