Professor chama palestrante de ‘vagabunda’ em sala de aula
Um professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) se referiu à uma palestrante como ‘vagabunda’, ‘bostinha’ e ‘sapatona doida’ durante sua aula no curso de Direito. Sinara Gumieri, advogada e mestra, foi convidada para discutir como o gênero se relaciona com a pesquisa e prática jurídicas.
O caso aconteceu no dia 20 de outubro, sete dias após o evento, quando ele, Samuel Milet, retomou o assunto abordado por ela durante a palestra.
Ao ser questionado por uma das alunas, que gravou toda a polêmica a pedido do próprio professor, ele partiu para as ofensas. “Defensora de aborto, de gênero. Vagabunda. Mande pra ela me processar, que eu provo que ela é”, afirma.
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De acordo com o áudio de 15 minutos, Milet se referiu à Sinara como ‘bostinha’ e ‘cocô’ ao explicar que tinha se retirado da palestra por ela ter abordado o tema de aborto.
Além disso, ele falou sobre a Lei Maria da Penha e violência contra a comunidade LGBT. “[…] a Lei Maria da Penha foi feita para as mulheres no âmbito doméstico. Os homossexuais, os trans, têm direito? Têm. Eu já falei aqui, mas então vamos fazer uma lei pra eles”, disse.
O professor, então, relacionou esses assuntos ao cenário político no Brasil: “Agora usar a mesma lei que eu defendi para você, mulher, e dizer que serve pra ele? Não! […] Esse negócio de gênero é PT, meu bem. É PT quem inventou isso.”
A estudante, no entanto, se opôs à ele e argumentou a favor de Sinara. Como resposta, Milet chamou a palestrante de “sapatona muito doida”.
Após repercutir nas redes sociais, o Centro Acadêmico de Direito da instituição publicou no Facebook uma nota repreendendo a atitude do professor.
Uma docente da UNB exigiu, em vídeo, que Milet se desculpasse publicamente com Sinara. Ele, então, se explicou sobre o ocorrido e disse que o termo ‘vagabunda’ foi utilizado para se referir a uma pessoa ‘desocupada’.
Em entrevista ao HuffPost Brasil, a advogada da palestrante afirmou que serão tomadas todas as medidas cabíveis contra Milet. Também em defesa à Sinara, uma petição online foi criada para que a universidade responsabilize o professor por sua postura.