Professor de ortopedia é contra aumento de velocidade nas ruas

 
Moisés Cohen, professor de ortopedia da Universidade Federal de São Paulo e chefe do Departamento de Traumatologia, respondeu: “Não aumentaria porque sabemos que mais velocidade traz mais riscos de acidentes”. Sua resposta é baseada também nos dados divulgados pelo Governo de São Paulo revelando a redução de mortes na cidade.
Mas ressalva que, como cidadão, ele se irrita de andar de carro pela marginal Pinheiros ou Tietê, já que, em tese, o limite poderia ser maior desde que houvesse mais educação no trânsito. “O problema essencial é falta de educação”.
Os alemães, por exemplo, tem limites maiores do que os brasileiros nas estradas. Mas a taxa de acidentes são menores. “Mas os alemães tem outro tipo de educação”.
A campanha do Catraca Livre é baseada não só na farta experiência internacional, mas nos dados do governo de São Paulo.
Reproduzimos aqui matéria da Folha de S. Paulo
“A cidade de São Paulo registrou queda de 21% no total de mortes em decorrência de acidentes de trânsito na comparação entre o primeiro semestre deste ano e os seis primeiros meses de 2015.

Levantamento feito pela Folha a partir de dados divulgados pelo Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) mostra que, em 2015, a capital havia tido 599 mortes até o fim do mês de junho; em 2016, foram 476 vítimas fatais.

A redução é bem mais expressiva do que no Estado como um todo, em que a queda no número de mortes foi de 8%, passando de 3.094 no primeiro semestre de 2015 para 2.861 neste ano.

Pedestres e motociclistas continuam a ser as categorias mais vulneráveis no trânsito paulistano. Foram 182 mortes de pedestres (38%) e 155 de motociclistas (33%). Houve ainda 70 ocupantes de automóveis que perderam suas vidas no trânsito (15%) e 12 ciclistas (0,03%).

Há cerca de 50 casos em que o Estado não conseguiu identificar o perfil das vítimas –os dados do Infosiga têm como base as informações disponíveis nos boletins de ocorrência da Polícia Civil.

Dos 476 mortos na cidade de São Paulo, 380 eram homens, aproximadamente 80% do total. Pouco mais de um quarto das vítimas fatais, 129 homens e mulheres, tinha entre 18 e 29 anos.

Especialistas consideram a desaceleração da economia do país como um fator que contribui para reduzir os acidentes. Com a crise, o número de entregas diminui, desempregados passam a não usar o veículo e quem deseja economizar deixa o carro em casa.

Para José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, foi determinante para o melhor resultado na capital paulista a redução dos limites de velocidade máxima, medida da gestão Fernando Haddad (PT) que ganhou força a partir do ano passado.

“Com velocidade menor, há menos acidentes. Mesmo quando ocorrem, têm menos risco de serem letais. Além disso, a cidade tem fiscalização de infrações que causam acidentes muito superior ao que ocorre em municípios do interior”, afirma Ramalho.

O pesquisador pondera, no entanto, que os dados só podem ser confirmados em dois anos, com a publicação das estatísticas do SUS sobre mortes no trânsito.”