Professor é condenado por estupro de crianças autistas em São Paulo

Homem fazia vídeos dos abusos sexuais e os divulgava em fóruns de pornografia infantil da deep web

O professor de música e capoeira Pedro Henrique Barbosa, de 34 anos, que dava aulas para crianças autistas no bairro de Alto de Pinheiro, em São Paulo, foi condenado a 90 anos e seis meses de prisão, na última quinta-feira, pelo estupro de dois alunos, de 12 anos, com deficiência.

Barbosa registrava em vídeo os abusos sexuais e depois divulgava o material em fóruns de pornografia infantil da deep web, a parte obscura da internet que concentra atividades criminosas. Ao todo, foram encontrados 879 arquivos de imagens criminosas. A maioria retratava os dois alunos da escola especial.

Professor publicava material de pornografia infantil na deep web
Créditos: s-cphoto/istock
Professor publicava material de pornografia infantil na deep web

De acordo com a sentença condenatória, uma das vítimas, um menino com autismo, foi violentado pelo professor 53 vezes. Já uma menina com dificuldades de comunicação foi abusada em outras 34. O material com o registro desses abusos ainda dá conta de que uma das vítimas era abusada na academia do prédio onde ela vivia, local que não contava com câmeras de vigilância.

Barbosa confessou a autoria da série de vídeos e fotos dos abusos. Além do crime de estupro, ele foi condenado pela produção, posse e distribuição de pornografia infantil.

Operação Mestre Impuro

Homem foi preso em 2018
Créditos: reprodução/TV Globo
Homem foi preso em 2018

Pedro Henrique Barbosa está preso desde outubro do ano passado, quando foi alvo da Operação Mestre Impuro,  da Polícia Federal, para combater o abuso sexual infantil e sua divulgação na internet.

Essa operação começou após a Polícia Federal brasileira receber um alerta de autoridades australianas que localizaram em fóruns uma série de fotos e vídeos de abuso sexual assinada por Pedocp, apelido utilizado pelo professor.

Os policiais souberam se tratar do professor após um trabalho de investigação que comparou as imagens publicadas por Pedocp na deep web com as fotos do perfil do Facebook de Barbosa. Roupas e até uma tatuagem no pulso esquerdo foram consideradas compatíveis.