Professora pede para mãe ‘dar jeito’ em cabelo de filha
O caso aconteceu na Escola Municipal de Educação Infantil Estrada Turística do Jaraguá, em São Paulo
A mãe de uma menina de 4 anos denunciou um caso de racismo de uma professora contra sua filha na Escola Municipal de Educação Infantil Estrada Turística do Jaraguá, em São Paulo. Segundo o relato, Janaína de Oliveira Martins foi buscá-la no colégio e ouviu um pedido da docente para “dar um jeito” no cabelo black da criança.
Ao jornal Extra, a cuidadora contou que sua filha, Gabriela, reclamava que os colegas não queriam brincar com ela e muitas vezes acabava sozinha no intervalo. Mas, quando foi à escola conversar com a professora, recebeu uma solicitação.
“A professora perguntou se eu podia dar um jeito no cabelo da minha filha, prender ou fazer tranças, porque as crianças não estavam se adaptando, estavam achando estranho o tipo de cabelo dela. Eu falei que não”, disse. A docente ainda afirmou que alguns colegas estavam chamando Gabriela de feia.
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Janaína não admitiu a atitude da funcionária da escola. “Falei para a professora: ‘Qual é o seu papel? Não é o de ensinar? Então por que você não ensina às crianças que preconceito é feio? E que elas têm que brincar com ela do jeito que o cabelo dela é. E não eu ter que trançar para outros gostarem dela, agradando meia dúzia da escola”, declarou.
“Falei que ia procurar a direção da escola e ela falou que isso não ia adiantar, que isso não acontece só na sala de aula. Ela comentou que o cabelo dela é ‘ruim’ e ela alisa. Só que minha filha tem 4 anos, não tem lógica eu alisar o cabelo da minha filha, eu não vou alisar para agradar ninguém. Ela vai vir do jeito que ela é. Eu não vou mexer no couro cabeludo dela porque é sensível e pode machucar. Ela vai vir de cabelo solto, sim”, continuou a mãe.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo informou que “a Diretoria Regional de Educação (DRE) Pirituba abriu um procedimento disciplinar contra a professora envolvida”. “Além disso, está realizando ações pedagógicas com os alunos da sala em que a criança estuda, onde estão sendo abordados temas como o respeito à diversidade”, reitera o comunicado.