Projeto planta flores nos locais em que alguém já foi vítima de homofobia

A ideia do Pansy Project surgiu quando seu criador foi ofendido três vezes no mesmo dia

Por Redação
17/04/2013 14:06 / Atualizado em 04/05/2020 11:38

Alguns anos atrás, Paul Harfleet estava andando por uma rua em Manchester, na Inglaterra, quando alguém gritou “bicha de merda!” para ele. Depois, um pouco mais tarde, aconteceu de novo. E mais uma vez – três vezes no mesmo dia.

A primeira flor plantada por Paul Harfleet, em Manchester
A primeira flor plantada por Paul Harfleet, em Manchester

Normalmente, como muitos gays fazem, ele poderia ter tentado esquecer o ocorrido. Mas decidiu que queria marcar a experiência de alguma forma.  Assim, ele voltou aos pontos em que fora ofendido e plantou flores amor-perfeito nos primeiros lugares disponíveis que encontrava.

Desde aquele primeiro ato de “jardinagem de guerrilha”, Harfleet plantou cerca de 10 mil flores, marcando não apenas a suas próprias experiências, mas as de muitas outras pessoas, incluindo algumas que foram espancadas e até assassinadas. Reino Unido, Viena, Nova York, Berlim e Istambul são alguns dos lugares por onde ele já passou.

Harfleet quer continuar expandindo o que ele chama de Pansy Project (Pansy é o nome, em inglês, para a amor-perfeito), incentivando as pessoas em lugares diferentes para plantar suas próprias flores e enviar fotos para ele. “É uma forma de coletar histórias”, explica. “Algumas delas são horríveis, mas outras chegam até a ser engraçadas se pensarmos o quão ridículo é uma pessoa ofender outra por causa de sua sexualidade”, conclui.

A flor em homenagem a David Morley, barman que foi atacado e assassinado em uma região próxima ao rio Tâmisa, em Londres
A flor em homenagem a David Morley, barman que foi atacado e assassinado em uma região próxima ao rio Tâmisa, em Londres