PSL suspende Eduardo Bolsonaro por 1 ano e pune outros 17 deputados
Com a suspensão, o partido deverá definir um novo nome para ser o líder na Câmara
O Diretório Nacional do PSL, presidido pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), suspendeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por um ano das atividades partidárias e também puniu outros 17 parlamentares da legenda. A decisão foi por unanimidade. O diretório estadual de São Paulo, que era comandado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi dissolvido.
Com a suspensão, Eduardo Bolsonaro deverá ser destituído do cargo de líder do partido da Câmara dos Deputados. Segundo os bolsonaristas, porém, isso poderá ser questionado, já que o regimento interno da Câmara prevê que a liderança seja exercida pela maioria dos integrantes da legenda, não havendo menções ao fato do parlamentar estar suspenso das atividades partidárias.
O caso deverá ser encaminhado para análise pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara.
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Além do filho do presidente, outros 14 deputados também foram suspensos. Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ) – aquele que participou do ato que quebrou a placa em homenagem a Marielle Franco -, ficarão 1 ano afastados das atividades partidárias. O deputado Victor Hugo (GO) ficará 10 meses suspenso.
Carlos Jordy (RJ) e Sanderson (RS) serão suspensos por sete meses, enquanto Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Felipe Barros (PR) e Márcio Labre (RJ) ficarão suspensos das atividades parlamentares por seis meses. Já os deputados General Girão (RN), Junio Amaral (MG), Luiz Philippe de Órleans e Bragança (RJ), foram suspensos por 3 meses.
Outros quatro deputados receberam uma advertência.
As suspensões e advertências já haviam sido recomendadas pelo conselho de ética do partido na semana passada e precisavam ser validadas pelos 153 membros com direito a voto do Diretório Nacional na reunião convocada para esta terça-feira, 3.
Os deputados devem ser retirados de comissões das quais são membros, por exemplo. Eduardo Bolsonaro preside a Comissão de Relações Exteriores, mas não deve ser destituídos pois os presidentes de comissão são eleitos e não indicados.
Os deputados punidos e advertidos já sinalizaram que pretendem migrar para o novo partido criado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil.
Entenda o caso:
As alas ligadas a Bolsonaro e ao presidente do PSL, Luciano Bivar, travaram uma disputa interna. A briga começou quando Bolsonaro disse para um apoiador “esquecer” o PSL porque Bivar está “queimado para caramba”.
Bolsonaro fez essa afirmação por que estourou um escândalo que envolve o uso de verbas públicas por meio de candidaturas de laranjas em Minas Gerais e Pernambuco.
Essa briga dentro do PSL se refletiu na disputa pelo comando da liderança da legenda na Câmara, com uma guerra de listas pelo cargo, opondo Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), ligado a Bivar.
No final de outubro, a sigla instalou o conselho de ética para julgar Eduardo e mais 18 deputados, todos aliados a Bolsonaro, por indisciplina.