Quem é o anestesista preso por estuprar pacientes no Rio
Andrés Eduardo Oñate Carrillo mora no Brasil desde 2016 com a esposa, que também é médica
O médico anestesista colombiano Andrés Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, foi preso na segunda-feira, 16, em sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, por estupro de vulnerável e acusado de armazenar pornografia infantil.
Nascido na cidade de Valledupar, o anestesista Andrés Eduardo se mudou para o Brasil em 2016 junto com sua esposa, que também é médica, para fazer um curso de especialização no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em setembro de 2021, deixou o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho após ser aprovado no Revalida –processo para reconhecer diplomas de médicos estrangeiros.
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Discreto nas redes sociais, Andrés Eduardo compartilhava parte de sua rotina em seu perfil no Instagram, com fotos de cachorro de estimação, um Pug, de viagens e momentos românticos ao lado da esposa. O anestesista colombiano também aparece em fotos em que exibia armas. Em uma delas, a legenda era com emojis de uma arma e de um coração.
Entenda o caso
O médico anestesista é suspeito de estuprar pacientes sedadas durante cirurgias em hospitais das redes pública e particular do Rio de Janeiro. A Polícia Civil informou que ele tinha o hábito de filmar o ato do crime e colecionar as imagens.
Andrés Eduardo responde também a inquérito por produção e armazenamento de cenas de abuso infantojuvenil. Foram encontrados nos equipamentos eletrônicos do médico mais de 20 mil arquivos com imagens de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes.
“A análise do material chamou a atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida”, informou a polícia, em nota.
As investigações começaram no mês passado, com o compartilhamento de informações entre o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal com a Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil.
Os próximos passos da investigação incluem levantar todas as unidades em que o médico trabalha para encontrar novas possíveis vítimas, além de analisar o material apreendido.
O que diz o Cremerj
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que “após receber denúncias graves pela imprensa, abriu uma sindicância contra o médico colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, preso, na manhã desta segunda-feira, acusado de estuprar mulheres durante cirurgias.”
O conselho informou que na época dos casos citados, Andres Eduardo não possuía CRM e atuava de forma irregular, “fato que também será apurado junto às unidades de saúde mencionadas”.
A nota diz ainda que como medida preventiva, após a citação do médico colombiano na prisão, o Cremerj agiliza os trâmites para solicitar imediatamente a interdição cautelar dele, a fim de evitar novos riscos à sociedade. “Após a apuração dos fatos pelo Conselho, mediante análise da cópia do inquérito policial solicitada hoje, um processo ético-profissional (PEP) poderá ser instaurado para julgar o caso. Finalizado o rito processual, se considerado infrator, o médico pode sofrer a cassação do exercício profissional”.
O Cremerj afirmou que considera as acusações gravíssimas e que o caso será apurado com todo rigor e celeridade.
Com informações do UOL, O Globo e da Agência Brasil