Queniana revela a realidade cruel da mutilação genital feminina

Damaris Monty tinha apenas 11 anos quando foi forçada a se submeter à mutilação genital feminina sem anestesia. Hoje, aos 15, ela tem uma filha de dois anos de idade. A garota não tinha ideia do que significava aquele corte antes de realizar o procedimento ao lado de outras quatro jovens de sua cidade, Tangulbei, no Quênia.

“Estava na casa da minha tia e ela e seu marido me disseram que eu faria uma operação. Eu não sabia o que era, mas eles me disseram que eu tinha que passar por isso. Minha tia me disse na noite anterior que eu seria cortada. Não sei se os meus pais sabiam ou não e se aprovariam”, disse Damaris ao Daily Mail.

Damaris contou que nunca foi à escola ou recebeu qualquer tipo de educação. Segundo ela, se soubesse o que iria acontecer, teria fugido. A prática da mutilação genital é feita em algumas partes do mundo sob a crença de que deixa as meninas mais puras para se casarem.

‘Quando me cortaram, o sangue jorrou. Senti dor’, conta a jovem

“Quando me cortaram, o sangue jorrou. Senti dor. Estava muito nervosa, não era algo que eu havia escolhido. Fui coberta em uma pele de ovelha. Amarraram minhas pernas com roupas rasgadas, perto das coxas. Nós nos sentamos nas pedras por uma hora e, em seguida, eles levaram todas nós para uma cabana pequena”, relatou.

Depois da recuperação, a queniana foi forçada a se casar com um homem que tinha o dobro de sua idade. “Naquele momento, eu não sabia que a mutilação seria um preparo para o casamento. Pensei que depois do corte voltaria para casa ou iria para a escola.”

O casamento aconteceu pouco tempo depois da mutilação e ela logo engravidou. O marido a maltratava e a garota tinha muito medo de que algo pudesse acontecer com a criança. “Um dia ele me trancou dentro de casa sem o bebê. Fiquei preocupada, pensei que ele iria matá-la. Ele me trancou durante uma hora. Então, percebi que tinha que fugir”, lembra.

Após escapar com a filha, Damaris foi acolhida pela ONG Action Aid, em Kongelai.

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