Questão de fé: petição pede liberdade de mulher condenada à morte no Sudão

Com mais de 600 mil assinaturas, campanha pede a liberdade de Meriam Yehya Ibrahim

Século vinte e um, dois mil e quatorze: para um mundo que se renova, se permite e abre diálogos contra antigos tabus, existe um outro cenário de tradições, crenças e credos que condenam. No Sudão, país ao norte da África, uma mulher chamada Meriam Yehya Ibrahim protagoniza mais um episódio da luta por liberdade, respeito e, sobretudo, sua própria vida.

Yehya tem 27 anos, é mãe de um bebê de 20 meses e uma filha recém-nascida. Criada nos preceitos do cristianismo ortodoxo, sem qualquer tipo de ligação com o islamismo (doutrina de seu pai muçulmano ausente durante a infância), a jovem se casou com um sudanês também cristão e, recentemente, foi condenada a 100 chicotadas por adultério.

A Anistia Internacional considera Meriam uma prisioneira de consciência.

E o Tribunal de Cartum foi além: acrescentou a acusação de apostasia, que confere à renúncia ou abandono da crença religiosa (embora nunca tenha sido muçulmana). Diante disso, o júri ofereceu três dias a Meriam para que sua decisão fosse reconsiderada e, assim, renunciasse a religião. Após negar a ordem, a jovem foi condenada à morte por enforcamento e encontra-se detida na prisão feminina de Ondurman.

Exija a libertação de Meriam

A notícia, que gerou revolta em todo o mundo, ganhou força na luta pelos direitos humanos com a petição que exige a liberdade de Meriam. Realizado pela Anistia Internacional, o manifesto já conta com mais de 600 mil assinaturas e segue arrecadando colaborações. Faça parte desta ação você também.