Racismo faz com que padre negro seja afastado de paróquia
O padre Wilson Ramos foi transferido cidade por ter causado descontentamento em alguns fiéis; segundo ele, decisão é racista – saiba como denunciar
“Ainda outro dia flagrei duas senhoras na frente da igreja comentando que deveriam trocar o galo que está lá em cima, na cúpula, por um urubu.” Quem conta isso é o Padre Wilson Luís Ramos, que recentemente se tornou conhecido por ter sido transferido de sua paróquia por ser negro.
Revelado recentemente, o caso mobilizou a cidade de Adamantina, no interior de São Paulo, onde fica a paróquia do padre. Um abaixo-assinado contra a transferência coletou cerca de 20 mil assinaturas.
Segundo o padre, além do racismo há também fiéis incomodados com algumas de suas políticas, como a maior atenção que a igreja tem dado a pessoas mais pobres e usuários de drogas – mas que seria uma minoria diante dos apoiadores. O próprio bispo que decidiu pela transferência também reconheceu o racismo como um dos motivos da decisão.
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Sofreu ou presenciou algum tipo de preconceito? Denuncie!
Para somar-se à luta contra todo ato de discriminação, o Catraca Livre dá algumas dicas para quem sofreu ou presenciou qualquer manifestação de preconceito. No Brasil, as leis sobre crimes de ódio dão enfoque ao racismo, à injúria racial e ainda a outros crimes motivados pelo preconceito, como os assassinatos praticados por esquadrões da morte ou grupos de extermínio, além do crime de genocídio motivado pela nacionalidade, etnia, raça ou religião.
SOS Racismo
Em São Paulo, o serviço SOS Racismo está instalado na sala S03 do Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa de São Paulo e tem um Disque Denúncia contra o preconceito, a discriminação e a intolerância racial e cultural.
0800-77-33-886 / [email protected]
Atendimento de segunda a sexta-feira
das 09:00 às 19:00 horas
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Av. Pedro Álvares Cabral, 201 – subsolo – sala 03 – Ibirapuera
Disque Racismo
O governo brasileiro vai criar um novo canal para recebimento e encaminhamento de denúncias sobre o crime de racismo, o “Disque Igualdade Racial”. O projeto será um dos primeiros serviços nacionais deste tipo no mundo e entrará em operação nos próximos meses, por meio do número 138.
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Toda delegacia tem a obrigatoriedade de averiguar um crime de racismo. Em algumas regiões do país, há delegacias especiais para esse tipo de ocorrência. Segue abaixo as informações de uma delegacia especializada de São Paulo.
Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI)
Rua Brigadeiro Tobias, 527 – 3º andar Luz – SPTel: (11) 3311-3556/3315-0151 ramal 248