Racismo: modelos negras são comparadas a escravas após desfile
"Tá tendo um desfile só de preta aqui no JK. Coisa horrorosa", disse um dos integrantes de grupo de WhatsApp, investigado pela Polícia Civil
Após um concurso de moda realizado num shopping em Taguatinga, no Distrito Federal, no sábado, 13, modelos negras foram alvo de racismo de três homens em um grupo de WhatsApp, cujos prints viralizaram nas redes sociais.
O desfile fez parte da primeira seletiva do Top Cufa, um concurso de beleza dedicado a mulheres que vivem nas periferias do Brasil, com enfoque na valorização da negritude. Ao total, participaram 180 modelos de 16 a 25 anos de idade.
De acordo com informações do G1, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Suspeita-se que os autores sejam menores de idade.
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No grupo de WhatsApp investigado, um dos participantes, identificado como Alex, afirma que “só tem preta” no desfile. “Coisa horrorosa”, complementou, enquanto os outros dois colegas riam das ofensas.
Em outro momento, outro integrante do grupo, identificado como Muniz, afirma ter uma foto do desfile, e encaminha a imagem de uma pintura que retrata escravas.
Na continuação da conversa, Alex ainda manda uma imagem inteira preta, dizendo “segue (sic) imagens do desfile”.
Um deles contesta os comentários ofensivos, e um quarto integrando, apelidado de Dandan, responde: “Agora o cara é obrigado a achar as pretas bonitas?”.
Após repercussão nas redes sociais, o caso foi registrado na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial pelo organizador do evento e presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Bruno Kesseler.
Saiba mais sobre a investigação do caso no site do G1.
COMO DENUNCIAR RACISMO?
Segundo o artigo 140 do parágrafo 3 do Código Penal Brasileiro, ofender a honra de qualquer pessoa com a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem pode resultar em ação penal por injúria racial.
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado. Veja como: