Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web

Artigo defende tese de que existe um "neorracismo identitário" no Brasil

16/01/2022 14:11

Um artigo assinado pelo escritor e antropólogo Antonio Risério e publicado no caderno Ilustríssima, da “Folha de S.Paulo”, gerou uma série de criticas de intelectuais e internautas nas redes sociais. “Folha”, “Risério” e “Não existe racismo reverso” figuraram entre os assuntos mais comentados deste domingo, 16, no Twitter.

Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web
Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web - Divulgação

Segundo o texto de Risério, o movimento negro reproduz um projeto supremacista branco, criando uma espécie de “neorracismo identitário”, que, em outras palavras, seria um “racismo reverso”.

Abaixo, leia algumas das criticas ao autor.

https://twitter.com/pedrohduarte/status/1482559480046841857

https://twitter.com/lubodenmuller/status/1482703217926582285

Risério é autor de “A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros”, “Sobre o Relativismo Pós-Moderno e a Fantasia Fascista da Esquerda Identitária” e “As Sinhás Pretas da Bahia”

Folha e as polêmicas com o racismo

Em setembro de 2021, um artigo de Leandro Narloch, também publicado na “Folha de S.Paulo”, causou polêmica dentro da empresa por ter sido acusado de relativizar a escravidão no Brasil. Ele foi criticado por Thiago Amparo, colega de jornal, e o assunto foi comentado por José Henrique Mariante, ombudsman do jornal.

Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e se disse ter sentido “ânsia de vômito”
Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e se disse ter sentido “ânsia de vômito” - Divulgação

O texto de Narloch, intitulado “Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”, apresenta o episódio de uma “sinhá preta” e estende esse caso particular para desconstruir séculos de escravidão, ignorando um sem-número de outros relatos e documentos do período que provam que a exceção não é a regra.

Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e disse ter sentido “ânsia de vômito” e “um misto de repugnância e desânimo”.

“Folha, por que ainda precisamos nos masturbar coletivamente com a relativização da dor preta?”, questionou.