Texto sobre ‘racismo reverso’ da Folha gera enxurrada de críticas na web
Artigo defende tese de que existe um "neorracismo identitário" no Brasil
Um artigo assinado pelo escritor e antropólogo Antonio Risério e publicado no caderno Ilustríssima, da “Folha de S.Paulo”, gerou uma série de criticas de intelectuais e internautas nas redes sociais. “Folha”, “Risério” e “Não existe racismo reverso” figuraram entre os assuntos mais comentados deste domingo, 16, no Twitter.
Segundo o texto de Risério, o movimento negro reproduz um projeto supremacista branco, criando uma espécie de “neorracismo identitário”, que, em outras palavras, seria um “racismo reverso”.
Abaixo, leia algumas das criticas ao autor.
- Com racismo explícito, Ana toma medida severa em Túnel do Amor
- Noiva de jogador do Botafogo será investigada por crime de racismo xenofóbico
- Eddy Jr. diz que socou o filho da vizinha que cometeu racismo contra ele
- O que Huck disse após críticas sobre pergunta envolvendo George Floyd
https://twitter.com/pedrohduarte/status/1482559480046841857
https://twitter.com/lubodenmuller/status/1482703217926582285
Risério é autor de “A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros”, “Sobre o Relativismo Pós-Moderno e a Fantasia Fascista da Esquerda Identitária” e “As Sinhás Pretas da Bahia”
Folha e as polêmicas com o racismo
Em setembro de 2021, um artigo de Leandro Narloch, também publicado na “Folha de S.Paulo”, causou polêmica dentro da empresa por ter sido acusado de relativizar a escravidão no Brasil. Ele foi criticado por Thiago Amparo, colega de jornal, e o assunto foi comentado por José Henrique Mariante, ombudsman do jornal.
O texto de Narloch, intitulado “Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”, apresenta o episódio de uma “sinhá preta” e estende esse caso particular para desconstruir séculos de escravidão, ignorando um sem-número de outros relatos e documentos do período que provam que a exceção não é a regra.
Amparo criticou a Folha por ceder espaço a esse tipo de comentário e disse ter sentido “ânsia de vômito” e “um misto de repugnância e desânimo”.
“Folha, por que ainda precisamos nos masturbar coletivamente com a relativização da dor preta?”, questionou.