Rapaz que perdeu os pés em Araçatuba cuidava da mãe

O servente de pedreiro Cleiton Teixeira, de 25 anos, que perdeu os dois pés e parte da mão esquerda devido à explosão de uma bomba deixada por criminosos em Araçatuba (SP) cuidava da mãe, Neusa Soares de Souza, 52 anos.

Ela mora com o filho e não trabalha devido a problemas de diabetes e hipertensão.

Cleiton ainda tenta entender o que aconteceu na ação criminosa da madrugada da última segunda-feira, 27.

Kleber Alberes Soares Teixeira, irmão do jovem, está desempregado e vai cuidar da mãe e do irmão. A família criou uma arrecadação virtual para adaptar a casa e comprar uma cadeira de rodas.

Explosivos espalhados pela cidade

Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) localizaram ao menos 98 explosivos deixados pela quadrilha. Os artefatos foram localizados em ruas, em carros abandonados entre as cidades de Gabriel Monteiro e Bilac, no Banco do Brasil e também em um caminhão deixado pelo grupo perto das agências bancárias atacadas.

Após mais de 30 horas de trabalho, cerca de 100 quilos de artefatos explosivos foram desarmados e detonados em um aterro sanitário do bairro Água Branca.

Ruas e avenidas que estavam isoladas foram liberadas na terça-feira (31/08) e alguns comerciantes conseguiram reabrir as portas.

Devido à quantidade de explosivos, a Polícia Federal informou que não descarta a possibilidade de enquadrar o ataque à cidade como terrorismo baseado na lei nº 13.260/16, a chamada lei antiterrorismo.

A legislação diz que atos de terrorismo consistem em “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”.

A polícia ainda está considerando o fato de a vida da população ter sido colocada em risco devido aos explosivos que foram espalhados pela cidade.