Relatos de tortura marcam lançamento de novo filme de Tata Amaral

Campanha, que envolve anônimos e personalidades de diversas áreas, exibe 48 vídeos, em 48 horas, nas páginas oficiais do filme no Facebook e Instagram

Nos anos de ditadura declarada, 48 horas era o tempo necessário para suportar o terror dos militares até qualquer informação ser arrancada às custas do pau de arara, choques elétricos, socos e pontapés. Tempo necessário para que os colegas em liberdade mudassem endereços, planos, pistas e paradeiros dos movimentos que se organizavam contra o estado de exceção.

Para o lançamento de “Trago Comigo”, novo longa-metragem de Tata Amaral, uma série de 48 vídeos, exibida em 48 horas, apresenta relatos verídicos de torturados.

São vídeos que mostram pessoas de todas as cores, origens e gêneros, entre pensadores, jornalistas, filósofos, artistas e pessoas comuns que se identificam com a importância de trazer à tona a proteção dos direitos humanos. O conteúdo será distribuído nas páginas do filme no Facebook e Instagram. Os vídeos serão acompanhados pela hashtag #TragoComigoUmaLembrança.

“O filme joga luz no desconhecimento dos jovens sobre o que foi a ditadura no País. Esse conteúdo que criamos para o lançamento foi editado a partir de relatos reais, pois queremos sensibilizar a população para olhar de novo essa ferida ainda aberta”, afirma a cineasta.

Uma história de amor nos porões da ditadura

“Trago Comigo” conta a história de Telmo (Carlos Alberto Riccelli), um diretor de teatro que resolve resgatar uma história de amor que viveu na juventude e acaba por encenar no teatro a tortura que sofreu durante a ditadura no Brasil. O elenco da peça é formado por jovens atores que desconhecem o passado do país.

“Não esqueçamos que o Brasil é um país que, ao contrário da Argentina e do Chile, por exemplo, nunca puniu os crimes de tortura. Em diferentes níveis, até hoje a sociedade brasileira aceita que se pratique a tortura”, afirma Tata.

Assista ao trailer de “Trago Comigo”