Religião dificulta acesso de mulheres a métodos contraceptivos
No Brasil, a influência de correntes religiosas e de grupos conservadores dificulta o acesso de mulheres a métodos contraceptivos e ao planejamento familiar.
A conclusão é de uma pesquisa comparativa feita pela Federação Internacional de Planejamento Familiar/Região do Hemisfério Ocidental (IPPF/RHO) em cinco países: México, Colômbia, Argentina, Brasil e Chile.
O comparativo traz questões que envolvem o acesso de mulheres latino-americanas a informações sobre métodos contraceptivos.
Entre os países participantes da pesquisa, o Chile e o Brasil receberam pontuação baixa no quesito educação sexual nas escolas. Aqui, o tema não é obrigatório. Já a Argentina obteve pontuação elevada, pois tem programa completo de educação sexual.
Outro dado destacado na pesquisa é que não existem campanhas educativas específicas sobre planejamento familiar e contracepção feminina no Brasil.
“O planejamento familiar permite que as mulheres decidam sobre a maternidade. Se querem ou não ter filhos e em que momento da vida desejam ser mães”, afirma a socióloga Jacqueline Pitanguy, da ONG Cepia, parceira local da pesquisa.
Pitanguy reforça que o acesso aos métodos contraceptivos permite às mulheres melhorar seus níveis de educação. “Além dessas políticas reduzirem o índice de gravidez na adolescência e os abortos clandestinos, as mulheres que conseguem planejar a gravidez têm condições de desempenhar um papel mais ativo na sociedade e dar aos seus filhos melhores condições de vida”, finaliza.
O “Barômetro latino-americano sobre o acesso das mulheres aos contraceptivos modernos” ouviu 20 especialistas de cada país e foi realizado no fim de 2015.
Confira mais informações sobre a pesquisa clicando aqui.