Repórter da Globo fala sobre ser mulher lésbica: ‘Eu precisava me posicionar’
Raquel Honorato publicou a primeira foto com a namorada em agosto deste ano
Raquel Honorato, jornalista da Rede Globo, revelou ao UOL nesta sexta-feira, 18, como foi questão da aceitação de sua família e do público ao assumir a homossexualidade. A repórter publicou a primeira foto com a namorada em agosto deste ano.
Quando foi falar para a família sobre sua sexualidade, Raquel reuniu todo mundo em casa para fazer o comunicado. “Eu, aquariana e caçula, chamei toda a família em casa, em Resende, meus três irmãos e meu pai. Cada um veio de um lugar do país. Juntei todo mundo e falei: ‘Então, gente, eu to namorando’, e eles: ‘Ah, Raquel, chamou todo mundo para dizer que está namorando?’ E eu: ‘E o meu namorado é uma mulher’”, disse em entrevista ao Uol.
Segundo o relato da própria, os irmãos reagiram bem ao fato declarado, mas o pai não tinha gostado. “Ele teve aquela reação que a gente morre de medo que a família tenha: ficou muito sentido, dizia que eu poderia ter ‘escolhido’ outra coisa. Conversei muito com ele, perguntei quando ele havia escolhido ser heterossexual, disse que a sexualidade simplesmente se impõe. Foram dois anos muito difíceis até que ele aceitasse”, conta.
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
O pai de Raquel começou a se informar mais sobre o assunto e mudou o pensamento que tinha preconcebido sobre a sexualidade da filha. A jornalista fala que ele pediu perdão pelo o que havia dito anteriormente a ela.
A primeira vez que Raquel se posicionou sobre sua orientação sexual foi em 2019, quando o então prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella, mandou que fossem recolhidos da Bienal do Livro exemplares de um HQ em que dois personagens homens apareciam se beijando.
“Caraca! Eu recebi tantas críticas, muitas mensagens horrorosas, homofóbicas mesmo, muito preconceito, inclusive inbox. Comentários machistas, como ‘que desperdício’, e muitas críticas religiosas. Naquele momento, eu entendi que não dava para ficar neutro em situações de injustiça. Eu tinha que fazer mais do que falar pela igualdade, eu precisava realmente me posicionar. Perdi seguidores, mas vários outros chegaram”, conta a repórter sobre este episódio do posicionamento contra Crivella.
A partir deste momento, Raquel começou a se posicionar cada vez mais nas redes. Em agosto deste ano ela publicou uma foto com a namorada pela primeira vez. Desta vez os seguidores tiveram reações melhores. “Pessoas me falaram que tinham medo de contar e que agora se sentiam encorajadas, isso é muito legal”, relatou.