Restaurante em Brasília é acusado de barrar garis para não constranger clientes

Funcionária do restaurante teria pedido que eles saíssem porque estavam "constrangendo os clientes".

20/08/2020 09:49

Uma mulher denunciou um restaurante em Brasília de discriminação. A fiscal Maria Fátima Dias relata que ela e dois garis, Jackson Gabriel Dias Ribeiro e Cláudia Gomes Batista, foram impedidos de almoçar no Restaurante e Bar Brasil porque eles ‘constrangeriam clientes’.

O caso ocorreu na terça-feira, 18, e foi divulgado nas redes sociais por Fatima Dias, que trabalha como fiscal do Serviço de Limpeza Urbano (SLU).

Restaurante em Brasília é acusado de impedir garis de almoçar no local “para não constranger clientes”
Restaurante em Brasília é acusado de impedir garis de almoçar no local “para não constranger clientes” - Reprodução/Facebook

No relato, Fatima conta que esteve no estabelecimento para comprar três marmitas quando perguntou se poderiam se sentar para comer. Uma das funcionárias disse que não e afirmou que a presença deles não pegaria bem para os demais clientes.

“Eu fui com dois garis comprar marmita nesse restaurante. Quando uma funcionária olhou, eles perguntaram se poderiam almoçar no local. A funcionária disse que não poderiam sentar lá porque iríamos constranger os clientes que fosse almoçar lá”.

Eu fui com 2 gari compra marmita nesse restaurante quando um funcionária olhou eles perguntaram se poderia almoçar no…

Posted by Fatima Dias on Tuesday, August 18, 2020

A publicação viralizou nas redes sociais. Muitos internautas orientaram Fatima a procurar a Justiça. Na postagem ela afirma que vai entrar com uma ação por discriminação contra o estabelecimento.

“Já vou entrar com ação por discriminação. Eu trabalho com a quebra de preconceito. Só porque ela viu que os garis estavam uniformizados. Eles acham que os garis são burros e não entendem de nada. Isso é discriminação total”, escreveu.

Restaurante nega discriminação

Em entrevista ao jornal Extra, Vania Costa, dona do Restaurante Brasil, que fica na quadra 312 Sul, nega a discriminação e afirma que a cliente [gari] “cometeu um grande equívoco” porque comprou uma marmita em preço promocional, que “é para ser consumida fora do restaurante”.

Vania também afirma que o restaurante nem estava aberto e as marmitas foram feitas para pessoas levarem para casa.

Por causa dos comentários negativos nas redes sociais, o advogado do Restaurante Brasil, Guedes Fernandes, registrou um B.O (Boletim de Ocorrência). “Simplesmente, a dona Fátima cometeu um grande equívoco com a gente. Se por acaso a gente tiver atingido a dona Fátima, a gente pede desculpas”, disse.