Rincon Sapiência lança clipe sobre cotidiano dos paulistanos no transporte público

"Aglomeração não é difícil de se ver, toda multidão precisa embarcar, fazer o que? Sem reclamar, o culpado não está no rolê"

12/04/2013 12:33 / Atualizado em 04/05/2020 11:37

Ônibus lotado, estação da Sé tomada, ruas engarrafadas e empurra-empurra no trem. Todos os dias os paulistanos enfrentam uma verdadeira odisséia para ir e voltar do trabalho.

E foi justamente dentro do transporte coletivo que o rapper Rincon Sapiência resolveu escrever uma música sobre o desafio diário da população.”Eu queria fazer uma música que tivesse diálogo com pessoas não ligadas ao rap”, contou Sapiência. “E como costumo escrever no ônibus o mêtro, a ideia  surgiu ali mesmo”, conclui.

Para ilustrar a composição, o rapper resolveu realizar um videoclipe da música em parceria com o DJ A.S.M.A, que acompanha Sapiência e mantém a produtora PorqueeU. O DJ contou que videoclipe é uma homenagem à relação de amor e ódio que eles têm com o transporte público. “Amor porque acreditamos que é o ideal para uma cidade melhor, com menos carros. E ódio, porque está tudo bagunçado, superlotado, abandonado. Queríamos levantar essa questão”, explica Asma.

Como também é um passageiro, perguntamos para o Rincon Sapiência como é a vida em diferentes meios de locomoção da cidade, confira:

Como é ser pedestre em São Paulo?

A vida do pedestre é lenta e burocrática, não é simplesmente ir e vir, existe uma série de empecilhos para um percurso que deveria ser simples.

Morar na periferia e depender de ônibus?

O seu dia fica mais longo quando você mora longe e depende de ônibus. Você precisa se agilizar algumas horas antes para fazer as coisas simples, para ir até o centro, porque infelizmente tudo está lá e não na periferia. E pode demorar duas horas para chegar na região central. É bem difícil.

Andar de trem todos os dias?

É massante, o reflexo do empurra empurra do dia a dia. Imagine ir da Calmon Viana até o Brás todos os dias em pé. É extremamente desgastante. O trajeto pode ser mais cansativo do que o próprio trabalho.