Rinocerontes são mortos para produção de jóias com seus chifres
Por ANDA
Redes criminosas de origem chinesa que operam na África do Sul estão transformando os chifres de rinocerontes em braceletes e colares e depois fornecendo os produtos aos consumidores da Ásia, principalmente no Vietnã e na China, de acordo com um relatório divulgado pela ONG de Defesa dos Animais TRAFFIC.
A polícia sul-africana descobriu oficinas onde as jóias estão sendo esculpidas nos chifres dos rinocerontes. O coronel Johan Jooste, que dirige uma unidade da polícia sul-africana, disse que esse problema está aumentando.
Os chifres estão sendo cortados ao meio pelas organizações criminosas para que não sejam detectados pelas autoridades, segundo o relatório do TRAFFIC. Eles também estão sendo reduzidos à pó, para serem vendidos na Ásia como um tipo de medicina tradicional chinesa, embora suas virtudes terapêuticas não sejam comprovadas cientificamente.
Um quilograma de chifres de rinoceronte chega ao valor de 60 mil euros no mercado negro na Ásia. Os chifres inteiros, considerados símbolos de riqueza e influência, são oferecidos como presente também na Ásia.
Essa transformação do chifre em jóias complica o trabalho da polícia, principalmente em aeroportos. “Quem vai prender num aeroporto uma pessoa que transporta na sua bagagem um bracelete ou um colar?”, diz o especialista Julian Rademeyer.
Outras maneiras de escapar da polícia também são muito comuns como embrulhar o chifre em papel alumínio, cobertos com pasta de dentes, em frascos de shampoo ou ainda cobertos de cera para esconder o odor de decomposição.
Mais de 7.200 rinocerontes foram mortos no continente africano só na última década para alimentar a procura de chifres no continente asiático. A África possui, atualmente, 25 mil animais, dos quais 79% vivendo na África do Sul.
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