Roberto Alvim diz que ‘ação satânica’ provocou sua demissão
Ex-secretário da Cultura foi exonerado após usar discurso do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels
Demitido pelo presidente Jair Bolsonaro após fala nazista, Roberto Alvim compartilhou uma mensagem em grupos de WhatAssp na qual afirma que uma “ação satânica” promoveu sua saída da Secretaria Especial da Cultura.
No início do texto, Alvim declarou que não sabia que a frase usada em seu discurso tinha origem nazista. A fala foi copiada de um pronunciamento do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.
“Afirmo com todas as minhas forcas que tenho total repúdio pelo nazismo, assim como por quaisquer outros regimes genocidas. Como cristão, jamais me associaria com assassinos. Foi tudo uma série terrível de eventos e coincidências que levaram a essa catástrofe…”, escreveu o ex-secretário da Cultura.
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“Estou orando sem parar, e começo a desconfiar não de uma ação humana, mas de uma ação satânica em toda essa horrível história. (…) Perdão a todos que decepcionei e feri. Nunca tive essa intenção”, reiterou ao final do comunicado.
A mensagem foi publicada pelo cineasta Josias Teófilo, diretor de “O jardim das aflições”, documentário sobre Olavo de Carvalho, nas redes sociais. Teófilo foi uma das pessoas da direita a pedir a exoneração do secretário do governo na última semana.
Leia o texto de Alvim na íntegra:
“Eu, Roberto Alvim, afirmo a quem interessar possa: eu escrevi o texto do meu discurso no vídeo, a partir de várias fontes e ideias, que me chegaram de muitos lugares. Meus assessores Denia Magalhães, Alessandro Loiola e Alexandre Leuzinger não tem NADA a ver com a escritura.
Eu afirmo que não sabia que aquela frase tinha uma origem nazista, porque a frase em si não tinha nenhum traço de nazismo, por isso não percebi nada errado ali… mas errei terrivelmente ao não pesquisar com cuidado a origem e a associações de algumas frases e ideias. E assumo a responsabilidade por meu erro. Perdi tudo por causa desse erro terrível.
A ópera Lohengrin foi postada por minha mulher pouco tenpo antes no facebook, por puro acaso. acho a ópera linda, e a coloquei por se tratar da ópera escrita após a conversão de Wagner ao cristianismo. O que quero dizer é que não houve NENHUMA má-intenção da minha parte.
Peço perdão a toda a comunidade judaica, por quem tenho profundo respeito e amor. Dei a meu filho no fim do ano passado uma camiseta de ISRAEL, que ele usou ao meu lado em minha mensagem de Natal em redes sociais.
Afirmo com todas as minhas forcas que tenho total repúdio pelo nazismo, assim como por quaisquer outros regimes genocidas. Como cristão, jamais me associaria com assassinos. Foi tudo uma série terrível de eventos e coincidências que levaram a essa catástrofe…
Estou orando sem parar, e começo a desconfiar não de uma ação humana, mas de uma ação satânica em toda essa horrivel história. Estou agora cuidando da minha família. Essa é minha prioridade nesse momento: minha esposa e meu filho pequeno, que estão destroçados. Perdão a todos que decepcionei e feri. Nunca tive essa intenção.
Tudo o que fiz tinha como objetivo promover uma arte e uma cultura dignas e belas no Brasil. Fiquem com Deus.”
Regina Duarte fará teste na Secretaria da Cultura
A atriz Regina Duarte aceitou o convite e afirmou que começa amanhã, 21, período de testes na Secretaria Especial da Cultura, em conversa com a colunista Mônica Bergamo, do jornal ‘Folha de S.Paulo’, nesta segunda-feira, 20. Após participar de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Rio de Janeiro, Regina disse vai “noivar” com o governo.
“Nós vamos noivar, vou ficar noiva, vou lá conhecer onde eu vou habitar, com quem que eu vou conviver, quais são os guardas-chuvas que abrigam a pasta, enfim, a família. Noivo, noivinho”, afirmou a atriz para Mônica Bergamo.
“Quero que seja uma gestão para pacificar a relação da classe com o governo. Sou apoiadora deste governo desde sempre e pertenço a classe artística desde os 14 anos”, disse a atriz.
Regina Duarte foi convidada por Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir a Secretaria Nacional de Cultura, no lugar de Roberto Alvim, exonerado após discurso com citações ao ministro nazista Joseph Goebbels.