Na cadeia, Roberto Jefferson deixa recado a Jair Bolsonaro

Rumores expõem possibilidade de ruptura entre Jefferson e Bolsonaro, aliados históricos na política nacional

Em meio ao desdobramento de notícias sobre o ataque de Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal no último domingo, 23, informações do jornalista Tales Faria, colunista do UOL, revelam o surgimento de um possível atrito entre o ex-deputado e Jair Bolsonaro (PL).

Isso porque, até a noite de ontem, Jefferson não sabia da fala do presidente que o chamara de bandido. A pessoas mais próximas, ele disse entender o afastamento do histórico aliado nesta reta final das eleições, mas supostamente deixou um recado: “Não aceitarei ser abandonado”.

Uma dos nomes mais presentes na campanha em busca da reeleição, Jefferson é considerado um aliado de longa data de Jair Bolsonaro, chegando inclusive a convidá-lo para se filiar ao PTB no em novembro do ano passado. Impedido de disputar a cadeira da presidência, Jefferson foi o responsável por alçar Kelmon Luis da Silva, o auto intitulado “Padre Kelmon” à condição de postulante ao Executivo federal.

Ainda de acordo com informações da coluna, o ex-presidente do PTB disse esperar “retribuição à fidelidade” caso Bolsonaro se reeleja no próximo domingo, 30.

Nas redes sociais, o deputado carioca Otoni de Paula (MDB) divulgou um vídeo cobrando proteção do presidente e chegou a apelar para que não deixassem “um soldado patriota morrer sozinho”. Durante o período de negociação para a sua rendição, Jefferson esteve em contato com interlocutores de Jair Bolsonaro, que, inclusive, considerou disponibilizar o ministro da Justiça Anderson Torres para interceder no episódio.

Estrategistas da campanha, no entanto, demoveram a intenção do presidente e suspenderam qualquer manifestação de apoio mais explícita. Ainda de acordo com bolsonaristas, o ex-deputado foi informado que a “prioridade absoluta” é conquistar a reeleição e, caso concretizada, receberá apoio de Jair Bolsonaro.