Ruralista aliado de Bolsonaro defende desmatamento

'Nesses últimos governos, de FHC e os do PT, começou a ter uma misturança ideológica em cima desta questão ambiental', disse Luiz Antonio Nabhan Garcia

17/10/2018 15:59 / Atualizado em 05/05/2020 12:01

Da esq. para a dir.: Carlos Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Luiz Nabhan Garcia e Eduardo Bolsonaro
Da esq. para a dir.: Carlos Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Luiz Nabhan Garcia e Eduardo Bolsonaro - Reprodução / Facebook

Cotado para assumir o Ministério da Agricultura em um possível governo do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Luiz Antonio Nabhan Garcia defendeu, em entrevista à Folha de S.Paulo, a fusão da pasta com o Desenvolvimento Agrário e o Meio Ambiente. Segundo ele, isso acabaria com a “misturança ideológica” na questão ambiental.

“A questão ambiental está muito ligada ao campo, como Amazônia Legal e agronegócio. Nesses últimos governos, de FHC e os do PT, começou a ter uma misturança ideológica em cima desta questão ambiental. E na questão da economia também, porque existem milhares de ONGs aqui no Brasil com interesses escusos”, disse Nabhan, presidente da UDR (União Democrática Ruralista).

“Criou-se uma fantasia, uma lenda, onde, no Brasil, o cara que degrada o meio ambiente é o produtor rural. É exatamente o contrário. Esse produtor rural é o maior conservador do meio ambiente”, completou o conselheiro de Bolsonaro.

Questionado pela reportagem se cabe mais desmatamento na Amazônia, o presidente da UDR afirmou que é “óbvio” que sim. “O sujeito tem uma propriedade, comprou e pagou. A lei diz que em área de floresta eu tenho direito de abrir 20% e deixar 80% de reserva e, na área de cerrado, de abrir 65% e deixar 35% de reserva legal. Está na lei. A lei vigente.”

Nabhan também declarou ser a favor da saída brasileira do Acordo de Paris, assim como Bolsonaro, e citou o fim da “indústria da multa” pelos fiscais do Ibama. Para ele, há “muita fantasia, muita lenda” sobre o aquecimento global.

Dono de propriedades em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ele é contra o desmatamento zero, mas defende o atual modelo do Código Florestal.

Veja a entrevista na íntegra.