Voluntários se unem para salvar búfalos abandonados em Brotas (SP)
O rebanho abandonado na fazenda fazenda Água Sumida é formado em sua maioria fêmeas, idosas, gestantes e filhotes
Mais de mil búfalos vítimas de maus-tratos definham em uma fazenda na cidade de Brotas, no interior de São Paulo. Os animais foram abandonados pelo dono da fazenda Água Sumida, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, no começo do mês.
Um grupo formado por diversos voluntários simpatizantes e militantes da causa animal estão desde a semana passada do município paulista tentando salvar os animais –em sua maioria fêmeas, idosas, gestantes e filhotes.
De acordo com o presidente da ONG Amor e Respeito Animal (ARA), Alex Parente, que está no local auxiliando nos trabalhos de atendimento aos animais, as imagens são aterrorizantes. “Há inúmeros animais mortos e caídos por todos os cantos da propriedade, muitos se encontram desnutridos e em inanição”, diz.
O laudo veterinário elaborado no dia da vistoria da Polícia Militar Ambiental, reforçou a situação de extrema precariedade em que os animais se encontravam. Alguns animais ainda vivos se encontravam sendo devorados por urubus.
Como ajudar os búfalos abandonados em Brotas
Os voluntários que ajudam no tratamento dos búfalos em Brotas relatam que a maior necessidade no momento é arrecadar recursos para alimentar os animais. Médicos veterinários também são necessários no local.
As doações podem ser encaminhadas para a Fazenda São Luiz, setor rural, em Ribeirão Bonito, ao lado de Brotas. Os que preferirem contribuir em dinheiro as doações podem ser feitas na conta corrente da ONG ARA CORA , SCD 403, agência 0001, conta corrente 1372147-8, PIX pelo CNPJ 147321530001-38 e Paypal pelo [email protected] (enviar o comprovante para o Instagram @bufalas_de_brotas).
Entenda o caso dos búfalos abandonados
No dia 6 de novembro a Polícia Militar Ambiental foi à fazenda Água Sumida após denúncia anônima de maus-tratos contra os animais.
No local os PMs encontraram 335 vacas da raça Bubalus e 332 bezerros. Os animais estavam “confinados em um local pequeno e inadequado comparado ao número”, segundo nota da Polícia Militar Ambiental.
Os animais também estavam “sem alimentação, sem água, local desprovido de vegetação, debilitados, com ferimentos, sem atendimento médico veterinário, abandonados à própria sorte”.
Os policiais também encontraram carcaças de animais que morreram recentemente e a existência de uma vala onde estavam depositados outros 22 búfalos mortos.
O dono da propriedade, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, foi multado em R$ 2,1 milhões pela PM Ambiental e chegou a ser preso, acusado de maus-tratos, mas foi solto após pagar fiança.
Desde que o caso foi revelado, os animais estavam sob tutela da ONG Ara, que montou uma tenda para atendimento veterinário no local.
Mas na semana passada, a juíza Marcela Machado Martininano revogou a decisão. A magistrada alegou “excesso de pessoas” e que o aparato montando pelas ONgs “assustavam o rebanho de búfalos”.
No último domingo, 21, o delegado Douglas Brandão do Amaral foi à fazenda e constatou que os animais continuavam sem água e alimento. Ele lavrou auto de depósito declarando o presidente da ONG Ara, Nelson Alex Parente, como depositário de todos os animais.
Uma nova contagem apontou a existência de 1.056 búfalos e 72 equinos na propriedade.
Com informações do Estadão