Salvo pelo boxe, Robson Conceição critica redução da maioridade
Herói brasileiro na disputa do boxe olímpico, Robson Conceição relembra passado para criticar redução: "Não acho justo punir crianças"
O pugilista baiano Robson Conceição é um dos grandes heróis brasileiros que garantiram lugar ao pódio na epopeia das olimpíadas, que se encerra neste domingo, 21.
No melhor momento de sua carreira, o atleta usa os holofotes para debater temas políticos e sociais, como por exemplo a redução da maioridade penal. Recorrendo à própria trajetória de vida, lembrou da infância na periferia de Salvador e revelou a importância do esporte que o manteve longe da criminalidade.
Para abordar a questão do encarceramento de jovens periféricos, Robson lembrou, por exemplo, da medalha de ouro conquistada pela judoca Rafaela Silva. Assim como ele, a atleta foi inserida ao esporte por meio de projetos sociais que aconteciam na Cidade de Deus, subúrbio do Rio de Janeiro.
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“Eu e a Rafaela viemos de comunidades humildades e surgimos em projetos sociais. Não acho justo punir crianças. Isso seria totalmente diferente. Deveríamos, sim, investir mais em projetos sociais e fazer crianças e adolescentes praticarem esportes”.
Em uma rotina dividida pelos treinos na academia de boxe e o trabalho como feirante com o avô, Robson relembra as dificuldades que enfrentou e que serviram de motivação.
“Minha família era muito guerreira. Todos trabalhavam muito e nunca deixaram faltar o pão em casa. Também fazia os meus corres, cheguei a vender picolé. Isso eu tirei de bom da minha vida. Essa vontade de trabalhar eu transferi para o boxe. Fico muito feliz pelo sacrifício de todos, pelas abdicações. Hoje estou sendo recompensado”, declarou.
Eliminado precocemente nas Olimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012, o jovem soteropolitano conquistou a medalha de ouro na última terça-feira, 16, ao derrotar o francês Sofiane Oumiha por decisão unânime, com 3 a 0 (30-27, 29-28 e 29-28) , na categoria peso-ligeiro (até 60kg).