Secretário da Juventude apoia chacina em presídio e pede demissão

“Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.” A afirmação foi feita na sexta-feira, dia 6, pelo então secretário Nacional de Juventude, Bruno Júlio, ao ser questionado sobre as chacinas nos presídios de Roraima e do Amazonas. Júlio pediu demissão após fazer a declaração, e o pedido foi aceito pelo presidente Michel Temer.

O ex-secretário Nacional de Juventude, Bruno Júlio

A fala polêmica foi dada à coluna de Ilimar Franco, do jornal “O Globo”, e reafirmada na página pessoal do ex-secretário no Facebook. Na entrevista, Júlio disse que “os santinhos que estavam lá dentro que estupraram, mataram [chamam de] ‘coitadinho’, ‘ai, meu Deus, eles não fizeram nada’, ‘foram [mortos] injustamente’… Para, gente!”

Segundo o G1, Júlio, que é filiado ao PMDB e estava no cargo desde junho, argumentou que é filho de policial _ do ex-deputado federal Cabo Júlio _ e “meio coxinha”.

Após o episódio, o ex-secretário publicou uma nota em seu perfil do Facebook em que afirma ter falado ao jornal “como cidadão, em caráter pessoal” e que “está havendo uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho”.

Em nota, a Juventude Nacional do PMDB agradeceu ao trabalho desenvolvido na secretaria, dizendo que Julio “administrou com transparência, focando na formação e profissionalização e garantindo o protagonismo e transversalidade do tema”.

O texto diz também que a entidade irá indicar o sucessor de Júlio na pasta e afirma que as declarações dadas por ele e  “relacionadas às chacinas nos presídios são de caráter pessoal”.