Senhora de 92 anos carrega a mesma placa há 30 anos na Parada Gay

19/09/2016 13:03

Muitas vezes, fotografias podem revelar histórias que nunca teriam sido descobertas. A trajetória de uma senhora de 92 anos nas Paradas Gays de Nova York é um exemplo disso. Há 30 anos, Frances Goldin é fotografada na manifestação carregando a mesma placa que diz: “Eu adoro minhas filhas lésbicas. Mantenha-as a salvo.”

Imagens dela foram compartilhadas recentemente nas redes sociais, o que fez com que as pessoas investigassem mais sobre sua história. Foi descoberto, portanto, que suas filhas Reeni, 68, e Sally, 70, moram nos estados de Nova York e Califórnia.

Segundo Frances, ela frequenta a Parada Gay desde o início
Segundo Frances, ela frequenta a Parada Gay desde o início

Ambas assumiram sua sexualidade depois da primeira Parada Gay na cidade de Nova York, em 1970. O evento acontece todo ano no último sábado de junho e, segundo Frances, ela o frequenta desde o início – sempre carregando sua placa.

Esta, pintada por um amigo urbanista, chama a atenção de muitos manifestantes. Principalmente de jovens que, ao ver a placa, sentem-se acolhidos e pedem para Frances ligar ou conversar com seus pais. Ela, então, faz exatamente isso: já enviou cartas para diversas pessoas, tentando mudar a maneira como algumas delas pensam em relação aos filhos.

Neste ano, ela participou da manifestação mesmo de cadeira de rodas
Neste ano, ela participou da manifestação mesmo de cadeira de rodas

Às vezes, Reeni e Sally não podiam frequentar a Parada e sua mãe ia de qualquer maneira. Nestas situações, acabava adotando outras filhas durante o evento. A senhora de 92 anos só deixou de ir à manifestação poucas vezes, em casos extremamente compreensíveis como quando teve um ataque cardíaco. Neste ano, ela participou mesmo de cadeira de rodas.

Frances já agiu em relação à outras causas. Em 2011, ela participou do protesto Occupy Wall Street (Ocupe Wall Street, em inglês) e, em 1960, de uma luta para salvar uma parte de um bairro de Nova York – inspirando um documentário chamado “It Took 50”. Ela, inclusive, já foi presa por volta de dez vezes.

Além de ser ativista e apoiar e respeitar a sexualidade de suas filhas, ela é uma agente literária que fundou seu próprio estabelecimento. Muito amor por essa velhinha.