Sergio Moro sobre o Intercept: ‘algumas coisas eu posso ter dito’

Em audiência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado), na manhã desta quarta-feira, 19, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, confirmou que algumas das conversas vazadas com Daltan Dallagnol pelo Intercept Brasil podem ser dele, mesmo.

“O que eu vejo ali, nas mensagens que foram divulgadas, tem algumas coisas que, eventualmente, eu possa ter dito. Tem algumas coisas que me causam estranheza”, disse.

Moro ainda contou que foi usuário do Telegram (aplicativo de troca de mensagens) por um “determinado período de 2017”, como ele classificou. O ministro afirma que teria excluído o app logo após a imprensa norte-americana divulgar supostas invasões hackers no curso da corrida presidencial nos Estados Unidos, vencida por Donald Trump no ano anterior.

Desde a primeira matéria do Intercept, Moro já tergiversou algumas vezes sobre a veracidade das conversas. Já afirmou que “não havia nada demais” na troca de mensagens, disse outra vez que foi um “descuido”, mas nesta quarta, colocou em dúvida a veracidade das conversas, e ainda disse que podem haver trechos “total ou parcialmente alterados”.

“Mas o fato é que ainda que tenha alguma coisa verdadeira, essas mensagens podem ser total ou parcialmente adulteradas, às vezes até com mudança de trecho ou palavra para caracterizar uma situação de escândalo que, no fundo, é inexistente.”, disse o ministro.

Intercept ou Sensacionalista?

Ao abrir sua fala na CCJ, Moro afirmou não ter o que esconder e querer “esclarecer muito em torno desse sensacionalismo”.

“A ideia foi vir aqui espontaneamente esclarecer muito em torno desse sensacionalismo que está sendo criado em cima dessas notícias. Tenho apenas a agradecer aqui essa oportunidade”, afirmou o ministro.

A TV Senado está transmitindo ao vivo o depoimento de Sergio Moro.