Shein é envolvida em denúncia de trabalho escravo
Jornalista disfarçada filmou duas fábricas chinesas da gigante do fast fashion
Documentário investigativo da emissora britânica Channel 4 revelou que por trás dos preços baixíssimos praticados Shein, varejista chinesa de roupas online, estão trabalhadores em regime análogo à escravidão. As denúncias fora exibidas na última segunda-feira, 17.
Segundo o canal, funcionários de empresas fornecedoras da Shein trabalham por horas seguidas e ganham aproximadamente R$ 0,20 por peça produzida, com direito apenas a uma folga mensal.
O Channel 4 enviou uma repórter disfarçado para Panyu, em Guangzhou, na China, onde ficam diversas fábricas de roupas terceirizadas e a sede da Shein.
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De acordo com o documentário, os colaboradores trabalham até 18h por dia e costuram, em média, 500 peças de roupa diariamente. O pagamento do primeiro mês de trabalho é retido pela empresa.
Ainda segundo a reportagem, os trabalhadores também são penalizados em 2/3 do salário diário em caso de erro na produção das peças. As condições de trabalho descritas no documentário da emissora britânica violam às leis trabalhistas chinesas, que prevê, no máximo, 40 horas semanais de trabalho, com o teto de 36 horas extras por mês e uma folga por semana.
Durante as gravações do documentário, batizado de Untold: Inside the Shein Machine (Não cotado: por dentro da máquina Shein, em tradução livre), foram flagradas mulheres lavando os cabelos durante os intervalos do almoço. Alguns trabalhadores relataram que são imigrantes.
O que diz a Shein sobre as denúncias trabalho escravo
Em e-mail ao site BoF (The Business of Fashion), a Shein declarou estar preocupa com as denúncias de trabalho escravo de seus parceiros. “Estamos extremamente preocupados com as reclamações apresentadas pelo Channel 4, que violariam o Código de Conduta acordado por todos os fornecedores da Shein. Qualquer não-conformidade com este código é tratada rapidamente e encerraremos parcerias que não atendam aos nossos padrões. Solicitamos informações específicas do Canal 4 para que possamos investigar”.