Símbolo da extrema direita, Marine Le Pen critica Bolsonaro

"Bolsonaro diz coisas desagradáveis, intransponíveis na França"

11/10/2018 11:48

Marine Le Pen, símbolo da extrema direita francesa, critica Jair Bolsonaro
Marine Le Pen, símbolo da extrema direita francesa, critica Jair Bolsonaro - reprodução/Instagram

Nesta quinta-feira, 11, a líder da extrema direita na França, Marine Le Pen, criticou o candidato à Presidência da República do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). Derrotada nas eleições francesas ano passado em segundo turno para o candidato de centro Emmanuel Macron, Le Pen cedeu entrevista ao programa “4 Verdades”, do canal France 2, em que foi questionada sobre o parlamentar brasileiro.

A francesa foi questionada pela apresentadora Caroline Roux se desejava a eleição de Bolsonaro no Brasil, Le Pen se limitou a dizer que essa decisão cabia ao povo brasileiro e que ela respeitava a soberania dos povos.

Após discutirem as declarações homofóbicas, machistas e racistas de Bolsonaro, francesa ainda afirmou que não enxerga o candidato do PSL como alguém de extrema direita. “Ele diz coisas extremamente desagradáveis que são intransponíveis na França, são culturas diferentes. Desde que um candidato fale coisas desagradáveis, na França ele é catalogado de extrema direita”.

1º TURNO

Ao debater sobre o resultado do primeiro turno das eleições no Brasil, que garantiu 46% dos votos válidos a Bolsonaro, Le Pen dá os créditos da votação à campanha pautada em segurança pública e contra a corrupção. Ela citou dados da criminalidade no Brasil, evocando os 60 mil homicídios por ano no país, contra 700 casos na França.

“É uma criminalidade endêmica que atinge a liberdade dos brasileiros e, diante da tolerância do governo anterior, os brasileiros lançaram o alerta de que a segurança é uma prioridade para eles”, disse a francesa.

O MUNDO ALERTA

Não foi só Marine Le Pen que criticou o candidato do PSL. Ao redor do mundo, diversas personalidades políticas e veículos de comunicação influentes, como The New York Times (EUA), The Economist (ING) e Le Monde (FRA) já fizeram alerta sobre a possibilidade de o Brasil flertar com tempos sombrios, com uma possível eleição de Bolsonaro.