Site Águas Futuras mostra projeção de água no Cantareira

22/04/2015 17:11 / Atualizado em 04/05/2020 17:13

A falta de transparência da Sabesp na gestão da pior crise da história do Sistema Cantareira, que abastecia cerca de 9 milhões de pessoas, causou transtornos na vida do paulistano. Ficamos sem água e sem informações básicas para lidar com o problema.

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores criou o site Águas Futuras, que faz projeções sobre o nível do reservatório da Cantareira para até 30 dias.

As previsões consideram três cenários: chuva na média, 25% a mais e a menos do que o esperado
As previsões consideram três cenários: chuva na média, 25% a mais e a menos do que o esperado

“Não temos uma bola de cristal e trabalhamos com elementos imprevisíveis, mas a projeção tem 95% de chance de estar dentro dos limites considerados”, afirma Roberto Kraenkel, pesquisador do Instituto de Física Teórica da UNESP.

Ele é um dos responsáveis pelo projeto ao lado de Renato Mendes Coutinho, pós-doutorando do Instituto, e Paulo Prado, professor do Instituto de Biociências da USP.

Segundo Kraenkel, a Sabesp disponibiliza os dados publicamente, mas de uma forma que dificulta o acesso do usuário. “Para ter acesso aos dados de vazão [quanto entra e sai de água] você precisa ter o endereço exato da página, que foi sendo passado no boca a boca.”

Todas as informações estavam apresentadas em figuras, que também não são lidas facilmente pelos sites de busca. Os pesquisadores usaram então um software, que extraiu 12 anos de dados da Sabesp das imagens. “Alimentamos o site diariamente, mas estamos automatizando esse processo”, diz o pesquisador.

Os gráficos interativos mostram as vazões de entrada e saída do Sistema
Os gráficos interativos mostram as vazões de entrada e saída do Sistema

O site indica que Sistema Cantareira deve entrar no período seco, que começa em maio, com cerca de 15% de sua capacidade total, não recuperando a primeira cota do volume morto.

“Encaramos esse trabalho como uma contribuição da universidade pública à sociedade e esperamos que as informações possam influenciar a discussão sobre o Cantareira”.