Afinal, o que tem nos sites do Bolsonaro que está repercutindo tanto?

Um site com o domínio “bolsonaro.com.br” está chamando atenção na internet, nesta quarta-feira, 31, por trazer críticas, ironias e deboches contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O endereço já foi usado anteriormente para publicações favoráveis a Bolsonaro e à ações do governo, mas agora, contam diversas charges, em uma delas, o presidente aparece vestido como o líder nazista Adolf Hitler.

O conteúdo do site relaciona Bolsonaro com casos de corrupção, como a investigação de rachadinha no gabinete do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e a distribuição de verbas do MEC a pastores e ainda uma contagem regressiva para o fim do primeiro mandato do presidente que acaba em dia 31 de dezembro, caso ele não seja reeleito.

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“Bolsonaro nunca escondeu que é autoritário. Em suas três décadas como político, ele sempre apoiou a violência, a estupidez, e a quebra da ordem democrática”, afirma a publicação.

Os responsáveis pelo site afirmam que o espaço virtual “é uma galeria de arte digital e acervo jornalístico relacionado à família Bolsonaro”.

Quem elaborou o site não assume autoria, mas diz que ele “não é administrado e nem pertence à família Bolsonaro”.

O domínio não faz parte dos canais virtuais oficiais divulgados pelo presidente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no registro de sua candidatura à reeleição de Bolsonaro.

No Twitter, internautas afirmam que o registro do domínio não foi renovado, e, por isso, críticos a Bolsonaro conseguiram adquiri-lo.

Responsável pela estratégia digital da campanha do pai,

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, que é responsável pela estratégia digital da campanha do pai, fez um tweet comentando o assunto.

No passado, o site bolsonaro.com.br exibia ações do governo. Em versão de 14 de abril de 2021, recuperado pela ferramenta do site Wayback Machine, o domínio bolsonaro.com.br divulgava noticias boas sobre o presidente.

Além do site bolsonaro.com.br, o site mulherescombolsonaro.com também passou a ser usado para criticar o presidente, nesse caso, em relação a falta de políticas para as mulheres e diversos ataques promovidos pelo presidente à classe feminina foram regatados.

Numa reportagem da Folha de S.Paulo de novembro de 2020, o jornal revelou que o site bolsonaro.com.br era registrado por uma empresa do Distrito Federal, que teria como responsável Liberato de Almeida Felix. Ele afirmou ter cedido “há muitos anos” informações de sua empresa ao gabinete de Bolsonaro quando ele era deputado federal para que o domínio fosse registrado.

Segundo a publicação, Felix teria cedido as informações a pedido de Jorge Francisco, ex-capitão do Exército e chefe do gabinete de Bolsonaro na Câmara por cerca de 20 anos. Ele morreu em abril de 2018. O filho dele, Jorge Oliveira, foi ministro de Bolsonaro na Secretaria Geral e depois chegou a ser nomeado ministro do Tribunal de Contas da União.

Porém, em 11 de agosto de 2022 os domínios dos sites citados foram atualizados e o nome da empresa de Félix não aparece mais.