Sobre desastre em Mariana, diretor da Samarco afima: “Não é o caso de desculpas”

Incidente em Bento Rodrigues contabiliza 11 mortes, além de 12 pessoas desaparecidas; empresa revela possibilidade de novos rompimentos na região

Na última terça-feira, 17 de novembro, durante coletiva de imprensa da Samarco, uma das empresas envolvidas no desastre de Bento Rodrigues, o diretor de Operações e Infraestrutura, Kleber Terra, afirmou que “não é o caso de pedir desculpas à população”, muito menos “hora de discutir os efeitos de médio e longo prazo”.

Considerado o maior desastre ambiental da história no Brasil, o incidente deixou ao menos 11 mortos, enquanto 12 pessoas seguem desaparecidas. O episódio também foi responsável pela contaminação do Rio Doce, considerado um dos mais importantes de Minas Gerais. “Estamos muito solidários e sofridos com tudo o que aconteceu. Operamos com técnicas de monitoramento de barragens que são referência, portanto, não podemos dizer que a tragédia poderia ter sido evitada”, disse Terra.

Tragédia anunciada acabou com a fauna e flora local, além de contaminar um dos rios mais importantes de Minas Gerais

Novos rompimentos podem acontecer em Mariana 

Além de comentar as consequências dos estragados deixados na região, os representantes da mineradora confirmaram os rumores sobre riscos de rompimento das barragens de Santarém e Germano, próximas à região. “Tem o risco e nós, para aumentarmos o fator de segurança e reduzirmos o risco, estamos fazendo as ações emergenciais necessárias”, afirmou o gerente-geral de Projetos Estruturais da Samarco, Germano Lopes.

De acordo com os técnicos, obras emergenciais estão sendo feitas nas duas barragens, para reforçar a estrutura, a partir da construção de blocos de rocha. Nesta semana, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou imagens feitas por drones da empresa que destacam rachadura na barragem de Germano.

Ainda durante a coletiva de imprensa, representantes da empresa explicaram que a única barragem que se rompeu foi a de Fundão, diferentemente do que a própria Samarco informava desde o dia da tragédia. A empresa dizia que, além de Fundão, Santarém havia rompido. Segundo os técnicos, 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos desceram, erodindo Santarém.