Socorrista encontra o filho morto ao atender chamado de acidente

"Até agora não sei como tive forças", lembrou Silene Sousa, de 45 anos

A socorrista, técnica em enfermagem Silene Sousa, de 45 anos, encontrou o filho morto ao atender o chamado de um acidente de trânsito, no Hospital Municipal de Godoy Moreira, a 439 km de Curitiba (PR), onde trabalha.

Socorrista encontra o filho morto ao atender chamado de acidente
Créditos: Istock/JCPJR
Socorrista encontra o filho morto ao atender chamado de acidente

Além do filho de Silene, o operador de maquinas, Matheus Silvério Sousa, de 24 anos, o acidente, que aconteceu no domingo, 15, na PR-650, no perímetro rural de Godoy Moreira, vitimou outras duas pessoas.

A socorrista sabia que o filho era uma das vítimas do acidente porque o seu caçula, Thiago Sousa, de 19 anos, foi o responsável por acionar o socorro. Silene só não tinha ideia, até então, da gravidade.

Segundo a técnica em enfermagem, quando ela chegou ao local da ocorrência, viu o filho morto preso entre as ferragens do veículo. Ela o abraçou e auxiliou na retirada do corpo.

“Pensava que era algo simples, mas só quando cheguei que vi a gravidade. Ele já estava morto. Fiz o que deveria, ajudei a retirar do carro com impulso de mãe porque tive esperança, só que como profissional, já sabia que estava em óbito”, contou ao portal UOL.

Mesmo assim, Silene seguiu seu trabalho como socorrista e encontrou forças para atender as outras vítimas que ainda estavam com vida. Além dos três mortos, sete pessoas ficaram feridas.  “Até agora não sei como tive forças”, lembrou.

O filho da socorrista morreu menos de dois dias após receber da mãe uma festa surpresa pelos seus recém completos 24 anos, na sexta-feira,13. Segundo Silene, o momento foi como uma despedida.

“Chamei duas amigas próximas dele e fizemos algo simples em casa. O Matheus me deu um pedaço de bolo e disse que brincou que eu era a mulher mais complicada da vida dele. No sábado (14), ele foi convidado a tarde para sair com amigos e disse que me amava na despedida”, afirmou.

O caso é investigado pela Polícia Civil.