Soldado alvo de homofobia após beijo diz: ‘PM f*deu minha vida’
"A PM acabou com tudo de são que eu tenho na minha cabeça", disparou Henrique Harrison
O ex-soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), alvo de homofobia por colegas após postar uma foto beijando o namorado, pediu para ser desligado. A dispensa, publicada no Diário Oficial do DF (DODF) na última quarta-feira, 2, foi a liberdade para ele postar nas suas redes sociais: “A PM f*deu minha vida”.
Ele continuou: “A PM acabou com tudo de são que eu tenho na minha cabeça, vou ter que me reconstruir e criar um novo eu, porque a corporação me destruiu”.
Ele diz que não podia falar do assunto antes por conta do código penal militar, porém que agora pretende mostrar os abusos que ocorrem dentro da corporação.
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“Diferente do que a maioria lá fala, eu não estou aqui para virar deputado. Recebi inúmeras propostas pra política, mas não é isso. Não posso falar muito ainda sobre, mas agora, estou bem e agradeço a mensagem de todo mundo”, falou.
Henrique Harrison ainda disse que o ocorrido não pode desmotivar a comunidade LGBTQIA+ de prestar concursos da Polícia.
“Eu continuo na campanha estudem para o concurso, vamos infestar, ocupar o espaço com pessoas do bem, pra gente ter a polícia que a gente espera ter, pra gente chamar a polícia não com medo dela chegar, mas sabendo do seu papel”, disse.
A polêmica iniciou em janeiro de 2020, quando ele foi alvo sofreu homofobia dentro da corporação, depois de publicar uma foto na formatura de praças beijando o namorado. Um áudio de um coronel da corporação carrega discriminação.
“A porção terminal do intestino é deles e eles fazem o que quiserem”, ofendeu o militar, na gravação de áudio. O tenente-coronel da reserva da PMDF Ivon Correa foi condenado a pagar R$ 25 mil por danos morais.
Homofobia é crime
Desde junho de 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo.
Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços. Não contratar ou barrar promoções no trabalho e dar tratamento desigual a LGBT são atos homofóbicos também.
Mas muitas vezes o preconceito se torna evidente com agressões verbais, físicas e morais, chegando a ameaças e tentativas de assassinato.
Qualquer que seja a forma de discriminação, é importante que a vítima denuncie o ocorrido. A orientação sexual ou a identidade de gênero não deve, em hipótese alguma, ser motivo para o tratamento degradante de um ser humano.