‘Somos todos africanos’, afirma Meryl Streep sobre diversidade no cinema

A atriz lidera o júri do Festival Internacional de Cinema de Berlim

11/02/2016 18:01

O Festival Internacional de Cinema de Berlim foi alvo de questionamentos nesta quinta-feira, dia 11, sobre a falta de diversidade na indústria cinematográfica. A presidente do júri, Meryl Streep, descartou perguntas na coletiva de imprensa sobre o fato dos sete jurados do prêmio serem brancos e fez uma declaração polêmica: “Somos todos africanos”.

A atriz, que lidera o júri de um festival pela primeira vez, disse estar comprometida por igualdade e inclusão de “todos os gêneros, raças, etnias e religiões”. “Este júri é prova de que pelo menos as mulheres estão incluídas e de fato dominam este júri. Essa é uma situação pouco comum em grupos de pessoas que tomam decisões. Então acho que a Berlinale está à frente no jogo”, afirmou Streep.

A atriz causou polêmica ao ser questionada sobre diversidade no cinema
A atriz causou polêmica ao ser questionada sobre diversidade no cinema

Ao ser questionada por um repórter egípcio se ela tinha conhecimento sobre filmes do mundo árabe e do norte da África, Meryl confirmou não conhecer muito sobre a região. “Mas trabalhei com muitas pessoas diferentes de muitas culturas diferentes”.

E completou: “Existe um núcleo da humanidade que viaja através de cada cultura e, além do mais, viemos todos da África, originalmente. Berlinenses, somos todos africanos, realmente”.

Entre os nomes que vão escolher os melhores filmes no festival, estão o ator alemão Lars Eidinger, o crítico inglês Nick James, a fotógrafa francesa Brigitte Lacombe, o ator britânico Clive Owen, a atriz italiana Alba Rohrwacher e a diretora polonesa Malgorzata Szumowska.

Críticas sobre racismo

A atriz já esteve envolvida em outras polêmicas relacionadas ao racismo. Para divulgar o longa “As Sufragistas”, Meryl Streep estampou a capa da revista inglesa Time Out usando uma camiseta com a frase “Prefiro ser uma rebelde a uma escrava”.

A frase foi extraída de um discurso feito em 1913 pela ativista dos direitos das mulheres britânicas Emmeline Pankhurst (quem Streep interpreta no filme). No entanto, muitos consideraram a mensagem racista e desrespeitosa aos negros que foram escravizados ao longo da história e escreveram críticas nas redes sociais.