SOS Mata Atlântica divulga estudo sobre o impacto da tragédia de Mariana

Área total afetada foi de 1.775 hectares, ou 17 km2, nos municípios de Mariana, Barra Longa, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova, em Minas Gerais

A Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a empresa de geotecnologia Arcplan, avaliou o impacto sobre as áreas naturais da Mata Atlântica após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco – pertencente a Vale e BHP Billiton – na região de Mariana, em Minas Gerais.

A área analisada abrange os municípios de Mariana, Barra Longa, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova, todos integralmente inseridos nos limites da Mata Atlântica, de acordo com o mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica (11.428/ 2006).

As consequências do crime

O estudo constatou que a lama de rejeitos impactou uma área total de 1.775 ha, ou 17 km2, desses municípios, incluindo-se regiões de vegetação nativa ou alteradas por pasto, agricultura e malhas urbanas. A lama removeu um total de 324 ha de áreas de Mata Atlântica, sendo 236 ha de florestas nativas e outros 88 ha de vegetação natural.

Imagens em destaque: distrito de Bento Rodrigues antes e depois do rompimento da barragem.

Foram avaliados na análise de impacto sobre a vegetação nativa 114 km de cursos d’água (12 km do Rio Doce, 28 km do Rio Carmo, 69 km do Rio Gualaxo do Norte, 3 km do córrego Santarém e 2 km do afluente do córrego Santarém), a partir da barragem de Bento Rodrigues, onde ocorreu o rompimento, até a represa da Usina Candonga (UHE Risoleta Neves), no município de Rio Doce. Confira o relatório completo do estudo.

Expedição pelo Rio Doce

Desde o último domingo, 6 de dezembro, uma equipe da SOS Mata Atlântica está em expedição pelos municípios afetados pelo rompimento da barragem com o objetivo de coletar sedimentos para análises em laboratórios e monitorar a qualidade da água do Rio Doce e afluentes impactados pela lama e rejeitos de minérios.

A analise da água, que têm como base a legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para obtenção do IQA (índice de qualidade da água) é feita com emprego de um kit desenvolvido pelo programa Rede das Águas, utilizado no projeto Observando os Rios,  que reúne voluntários de diversos estados do país, localizados em áreas de Mata Atlântica, para o monitoramento de qualidade da água em rios, córregos e lagos.