‘Sou negra sim’, diz mulher acusada na web de fraudar cotas

Glau Dias foi aprovada no concurso da Polícia Federal em 2018 e citou Neymar e Beyoncé no vídeo em que se defende das acusações

17/09/2020 21:14

A mulher acusada na internet de fraudar cotas raciais para ser aprovada no concurso público da Polícia Federal em 2018, usou suas redes sociais nesta segunda-feira, 17, para se defender. Segundo Glau Dias, ela é “negra parda” e salientou não ter feito “nada de errado”. “Sou negra sim“, disse.

‘Sou negra sim’, diz mulher acusada na web de fraudar cotas em concursos
‘Sou negra sim’, diz mulher acusada na web de fraudar cotas em concursos - Reprodução/Instagram

A imagem da mulher, durante o exame de heteroidentificação, que constata se os candidatos inscritos para as vagas reservadas para as cotas, são, de fato, negros, começou a circular na internet tem alguns dias. Com a comparação entre uma imagem do exame e as que Glau Dia compartilha com seus mais de 100 mil seguidores no Instagram, ela passou a ser acusada de fraude.

Segundo Glau Dias, a foto que circula na internet foi tirada pela banca que a examinou, que era composta por cinco pessoas e que ela não foi acusada de fraude e que essa avaliação cabia a eles.

A mulher foi taxativa ao negar que tenha se pintado para tirar fazer a avaliação e mostra fotos de parentes negros para comprovar sua origem. Glau Dias ainda ressalta que sempre estudou em escola pública e que foi através de uma permuta que se formou na universidade particular.

A mulher ainda criticou quem diz que ela não é negra por alisar os cabelos e ter realizado cirurgias plásticas, inclusive no nariz. Segundo Glau Dias foi a fuga do preconceito que sofre por ser negra que a motiva à fazer as mudanças e ainda diz que alisar os cabelos e fazer plásticas não é crime. “Sempre sofri preconceito com minha aparência, com meu cabelo, meu nariz. É meu direito mudar meu cabelo e meu nariz”, argumenta.

Glau Dias citou Neymar e Beyoncé no vídeo em que se defende das acusações e disse que negros não são só aqueles retintos, de pele mais escura. “Eu sou negra sim. Negro não é só o retinto. Se você sofreu preconceito, sofreu discriminação em algum momento da sua vida, você é sim. Eu nunca vou falar pra mim que sou branca. Eu não sou. Isso seria renegar minha origem. Sou negra parda”, justificou a mulher.

Veja a íntegra da defesa de Glau Dias abaixo: