‘Sou negra sim’, diz mulher acusada na web de fraudar cotas
Glau Dias foi aprovada no concurso da Polícia Federal em 2018 e citou Neymar e Beyoncé no vídeo em que se defende das acusações
A mulher acusada na internet de fraudar cotas raciais para ser aprovada no concurso público da Polícia Federal em 2018, usou suas redes sociais nesta segunda-feira, 17, para se defender. Segundo Glau Dias, ela é “negra parda” e salientou não ter feito “nada de errado”. “Sou negra sim“, disse.
A imagem da mulher, durante o exame de heteroidentificação, que constata se os candidatos inscritos para as vagas reservadas para as cotas, são, de fato, negros, começou a circular na internet tem alguns dias. Com a comparação entre uma imagem do exame e as que Glau Dia compartilha com seus mais de 100 mil seguidores no Instagram, ela passou a ser acusada de fraude.
Segundo Glau Dias, a foto que circula na internet foi tirada pela banca que a examinou, que era composta por cinco pessoas e que ela não foi acusada de fraude e que essa avaliação cabia a eles.
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A mulher foi taxativa ao negar que tenha se pintado para tirar fazer a avaliação e mostra fotos de parentes negros para comprovar sua origem. Glau Dias ainda ressalta que sempre estudou em escola pública e que foi através de uma permuta que se formou na universidade particular.
A mulher ainda criticou quem diz que ela não é negra por alisar os cabelos e ter realizado cirurgias plásticas, inclusive no nariz. Segundo Glau Dias foi a fuga do preconceito que sofre por ser negra que a motiva à fazer as mudanças e ainda diz que alisar os cabelos e fazer plásticas não é crime. “Sempre sofri preconceito com minha aparência, com meu cabelo, meu nariz. É meu direito mudar meu cabelo e meu nariz”, argumenta.
Glau Dias citou Neymar e Beyoncé no vídeo em que se defende das acusações e disse que negros não são só aqueles retintos, de pele mais escura. “Eu sou negra sim. Negro não é só o retinto. Se você sofreu preconceito, sofreu discriminação em algum momento da sua vida, você é sim. Eu nunca vou falar pra mim que sou branca. Eu não sou. Isso seria renegar minha origem. Sou negra parda”, justificou a mulher.
Veja a íntegra da defesa de Glau Dias abaixo: