SP: Ato pela democracia defende sistema eleitoral e leva multidão às ruas
No ato foram lidas duas cartas em defesa da democracia, que não citam Bolsonaro diretamente, mas de forma indireta, o criticam veementemente
A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) foi palco da leitura de dois manifestos em defesa da democracia nesta quinta-feira, 11, e em consequência do ato político apartidário, multidão tomou às ruas em frente ao Largo São Francisco, no centro da capital paulista.
Os documentos lidos no ato foram iniciativas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da USP.
Na abertura do ato, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, fez uma fala afirmando que a sociedade ainda precisa “impedir retrocessos”.
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“Após 200 anos de independência do Brasil, deveríamos estar pensando em nosso futuro, em como resolver problemas graves. Mas estamos voltados a impedir retrocessos”, disse.
O reitor fez questão de ressaltar que a USP se opõe ao autoritarismo e tem profundo compromisso com a democracia. Carlotti Júnior também pediu por eleições “livres” e “limpas”, além de um processo eleitoral sem fake news.
“Espero que essa mobilização nos coloque novamente no caminho correto, na discussão do futuro de São Paulo e do Brasil. Estado de democrático de Direito sempre”, concluiu o reitor.
Também estiveram presentes no ato e falaram: Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, Francisco Canindé, representante da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Patrícia Vanzolini, presidente da seccional da OAB-SP, Neca Setubal, presidente da fundação Tide Setubal, Beatriz Santos, integrante da Coalização Negra por Direito, Telma Aparecida Andrade Victor, Secretária de formação da CUT SP. Fernando Haddad, professor da Faculdade de Direito da USP e Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, também estiveram presentes.
A leitura da carta elaborada pela Fiesp foi realizada primeiro, Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP. O texto teve 107 assinaturas de organizações sociais e econômicas.
A carta foi lida por José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Depois do ato na Sala Nobre, no Pátio das Arcadas foi lida a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, organizada pela USP.
Antes da leitura da carta, discursaram a presidente do Centro Acadêmico XV de agosto, Manuela Moraes, e o Diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo.
“Jair Bolsonaro ataca as liberdades democráticas, não apenas quando questiona a liberdade das urnas ou quando vocifera frente as instituições”, disse Manuela Moraes antes da leitura da carta elaborada pela USP.
A carta foi lida pela professora de Direito da USP e da Faculdade Zumbi do Palmares, Eunice de Jesus Prudente; professora de Direito da USP Maria Paula Dallari Bucci; ex-ministro do STM Flávio Flores da Cunha Bierrenbach; e professora e vice-presidente da Faculdade de Direito da USP Ana Elisa Bechara.
As duas cartas defendem o sistema eleitoral brasileiro. Elas não citam nominalmente o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o criticam veementemente de forma indireta.
Signatários
A carta organizado pela Faculdade de Direito da USP reúne 12 ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, ex-presidentes do Banco Central, ex-presidentes da República, candidatos à Presidência nas eleições de 2022, ex-ministros, tucanos, petistas, políticos de diversos partidos, artistas, como a atriz Fernanda Montenegro, o apresentador Luciano Huck, e muitos outros.
O manifesto, divulgado em 26 de julho, foi assinado por 970 mil pessoas até 16h desta quinta-feira. Para assinar a carta em defesa do Estado Democrático de Direito, clique aqui
Artistas divulgaram um vídeo lendo a carta e pedindo para as pessoas assinarem o documento. Participaram do movimento: Fernanda Montenegro, Marisa Monte, Anitta, Camila Pitanga, Juliette, Fábio Assunção, Lázaro Ramos, Caetano Veloso, Wagner Moura, Chico Buarque, entre outros. Assista o vídeo abaixo