Spike Lee e Jada Smith anunciam boicote ao Oscar por ausência de negros
Ian McKellen, o Magneto de "X-Men", declarou solidariedade às minorias que pedem por representatividade no Oscar
O ator britânico Ian McKellen, que interpretou Magneto em “X-Men”, e Gandalf na trilogia “O Senhor dos Anéis”, expressou solidariedade para com aqueles que têm criticado a falta de diversidade no Oscar e na indústria cinematográfica em geral.
“A maneira como os atores negros se sentem subrepresentados no cinema, é o que as mulheres sentiram por muito tempo e é o que os homossexuais como eu ainda sentem”, declarou o ator de 76 anos, cofundador da Stonewall, um grupo militante pelos direitos dos gay e outras minorias sexuais.
“É preciso viver em Hollywood, onde o Oscar significa muito mais para as pessoas do que em qualquer outro lugar, para compreender a emoção suscitada”, ressaltou Ian McKellen à margem de um evento sobre Shakespeare em Londres. “O Oscar está no centro dessas reivindicações que são legítimas e que estou envolvido”, acrescentou.
Indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo seu papel no filme “45 Anos”, Charlotte Rampling se manifestou contrária ao boicote ao Oscar que atores negros estão anunciando. Segundo Rampling, de 69 anos, isso seria “racismo contra os brancos”. “É difícil saber se é o caso, mas pode ser que os atores negros não merecessem estar na reta final”, afirmou a atriz em entrevista ao canal francês Europe 1.
Além disso, Charlotte Rampling não se mostrou a favor da criação de cotas para melhorar a representação das minorias entre os finalistas ao Oscar, como propôs o cineasta Spike Lee, que apoia o boicote ao lado de figuras como Will Smith e Jada Pinkett. “Por que classificar as pessoas? Vivemos em países onde somos mais ou menos aceitos… Mas sempre haverá problemas. Por isso é preciso criar milhares de pequenas minorias em todo canto?”.
Entenda o caso
O diretor Spike Lee e a atriz Jada Pinkett Smith anunciaram nas redes sociais que vão boicotar a cerimônia do Oscar 2016, no próximo dia 28 de fevereiro, por causa da falta de atrizes, atores e diretores negros entre os indicados, fato que se repete com frequência na premiação.
“Como pode em dois anos consecutivos todos os 20 indicados serem brancos? E nem vamos falar de outras etnias. Nós não podemos atuar?”, escreveu Lee. O diretor ainda ressaltou que fez isso sem desrespeitar o apresentador desta edição, Chris Rock, e a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs.
Jada Smith usou o Facebook para relatar os motivos que a fizeram decidir não comparecer ao Oscar. Seu marido, Will Smith, estava entre as promessas de indicação como melhor ator por “Um Homem Entre Gigantes”, mas ficou de fora das nomeações.
Relembre a polêmica
Pelo segundo ano consecutivo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood não indicou atrizes, atores e diretores negros ao Oscar – o anúncio foi feito na última quinta-feira, dia 14 (veja a lista aqui). Em 2015, essa mesma situação levou à criação da hashtag #OscarsSoWhite (#OscarMuitoBranco) e que, agora, surge novamente como #OscarsStillSoWhite (#OscarAindaMuitoBranco).
Após a divulgação da lista dos indicados, a presidente da Academia afirmou estar desapontada. “Claro que eu estou desapontada, mas isso não vai tirar a grandeza dos filmes indicados. 2015 foi um grande ano para o cinema, em todos os sentidos”, disse ela.
Confira o texto de Spike Lee nas redes sociais: