STJD denuncia Carol Solberg por gritar ‘Fora Bolsonaro’
Nas redes sociais, famosos e anônimos saíram em defesa da atleta e classificaram atitude como “censura”.
A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg, 33 anos, foi denunciada nesta terça-feira, 29, pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do por ter gritado “Fora Bolsonaro” em uma entrevista após cerimônia de premiação de uma etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia.
Carol foi denunciada com base nos artigos 191 e 258 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). O primeiro fala em “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição e o segundo sobre “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código à atitude antidesportiva”.
Pelo primeiro artigo, Carol Solberg pode ser multada entre R$ 100 e R$ 100 mil ou receber apenas uma advertência. Já pelo segundo, a atleta pode ser suspensa por seis jogos, ou de 15 a 180 dias ou receber ainda uma advertência.
Apoio
Nas redes sociais, famosos e desconhecidos prestaram solidariedade a Carol Solberg pela “censura”.
A ex-jogadora Ana Moser, campeã mundial e medalha de bronze nos Jogos de Atlanta-96, disse que a reação do STJD foi “exagerada”. “Tudo isso por um ‘Fora Bolsonaro’ ?!?!? Jura? Reação exagerada. Quanto ‘Fora …’ já tivemos por aí?”, escreveu no Twitter.
O jornalista André Rizek, do SporTV, questionou se algum atleta já foi “denunciado por mostrar simpatia ao presidente”. “O inacreditável STJD precisa explicar isso”, escreveu no Twitter.
Entenda a polêmica
No último dia 20 de setembro, após conquistar a medalha de bronze na primeira etapa do Circuito Brasileiro, disputado em Saquarema (RJ), Carol Solberg gritou ‘Fora, Bolsonaro’ em entrevista ao vivo para o canal SporTV.
O protesto ocorreu após o fim da disputa do terceiro lugar contra a dupla Josi e Juliana. Talita falou primeiro e depois a sua parceira. “Só para não esquecer, Fora Bolsonaro”, disse Carol após o agradecimento.
Em nota, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) criticou a atitude da atleta. No texto, a confederação se posicionou de forma “veemente” contra “a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político”, e afirmou que irá tomar as medidas cabíveis para evitar novos casos do tipo.
O Circuito Brasileiro de vôlei de praia é patrocinado pelo Banco do Brasil. O banco estatal também é o maior patrocinador da CBV.
Confira abaixo outras reações de apoio a Carol Solberg:
https://twitter.com/marciatiburi/status/1311002194351620099
https://twitter.com/aquele_fred/status/1310980854479454208