Sudão do Sul permite estupro como salário a soldados, denuncia ONU
De acordo com o relatório, a situação dos direitos humanos no país africano é assustadora
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou nesta sexta-feira, dia 11, que a situação dos direitos humanos no Sudão do Sul, país do leste da África, é “uma das mais terríveis” do mundo.
Em seu relatório, a instituição afirma que, “segundo fontes confiáveis, as autoridades permitem que grupos aliados estuprem as mulheres como forma de pagamento”, seguindo o princípio do “façam o que puderem e tomem o que quiserem”.
A escala e o tipo de violência sexual, cometida principalmente pelas forças governamentais (Exército de Libertação do Povo do Sudão) e milícias afiliadas, são descritos com detalhes devastadores.
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“Trata-se de uma situação de direitos humanos entre as mais horríveis no mundo, com a utilização em massa de violações como instrumento de terror e como arma de guerra”, declarou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein.
Guerra
O Sudão do Sul, que teve sua independência do Sudão em julho de 2011, está em guerra civil desde dezembro de 2013, época em que o presidente Salva Kiir acusou seu antigo vice-presidente, Riek Machar, de tramar um golpe de Estado.
Mais de 2,3 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas, dezenas de milhares mortas pela guerra e os dois lados envolvidos no conflito são acusados de barbaridades.
O relatório mostra ainda testemunhos sobre civis que eram suspeitos de apoiar a oposição, incluindo crianças e pessoas com deficiência, que foram assassinados, queimados vivos, sufocados em contentores, mortos a tiro, pendurados nas árvores ou cortados em pedaços.
Segundo a ONU, a maior parte das mortes de civis não parece resultar de operações de combate, mas ataques deliberados contra civis.